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Indígena dá bom exemplo em curso de Medicina da UEL

Na semana em que se comemora o Dia do Índio, 19 de abril, quinta-feira, a Comissão Universidade para os Índios (CUIA) da UEL divulga números sobre a presença dos indígenas nas Universidades Públicas do Paraná. Só a UEL já formou seis profissionais desde a criação do Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná em 2002. Hoje 33 indígenas estão matriculados, em 16 cursos de graduação. Já a aluna Mirian Viegas, do 2º ano do curso de Medicina, da etnia guarani nhamdeva, morou na reserva Laranjinha, perto da cidade de Bandeirantes durante toda a infância. Em meio à rotina pesada do curso de Medicina, a aluna se esforça para permanecer no curso. Mirian fala sobre a expectativa para o futuro depois que conquistar o diploma. "O meu objetivo é ajudar a população indígena", afirma. Ela fala sobre a expectativa para o futuro depois que conquistar o diploma e revela a intenção de atuar junto às aldeias do estado. "Pretendo trabalhar a favor do índio, independente da etnia", salienta. A maioria das reservas indígenas, segundo ela, carece de atendimento na área da saúde. "O povo da aldeia aposta na gente", diz. Mas a aluna não está sozinha na empreitada, pois a irmã é aluna do 1º ano do curso de Medicina e a mãe cursa o 3º ano de Odontologia. Boa parte do tempo Mirian dedica aos estudos, mas nos raros momentos de folga ela visita a avó e outros familiares que vivem na reserva Laranjinha. "Pretendo trabalhar a favor do índio, independente da etnia", salienta. A maioria das reservas indígenas, segundo ela, carece de atendimento na área da saúde. No norte do Paraná,as etnias guarani e kaingang, estão distribuídas nas seguintes comunidades indígenas: Apucaraninha, São Jerônimo, Barão de Antonina, Laranjinha e Pinhalzinho. O estudante de etnia guarani, Iderson da Silva, do curso de Educação Física (licenciatura) morava na reserva indígena do Pinhalzinho, próximo à cidade de Tomazina. Ele veio para Londrina em 2005 cursar Comunicação Social – Habilitação Jornalismo. Mas logo desistiu, e mudou de curso. "Era um sonho, fiquei feliz quando passei no vestibular", lembra. Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas no início, hoje em meio aos estudos e práticas da área da Educação Física, Iderson encara uma rotina intensa durante todo o dia no Campus Universitário. "A filosofia do curso está de acordo com o que eu penso, pois cada pessoa constrói a sua história a partir do próprio potencial", ressalta. O Vestibular dos Povos Indígenas é coordenado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI). Todas as IES do estado têm ainda a Comissão Universidade para os Índios (CUIA) que garante o acesso e a permanência dos estudantes indígenas nas Universidades. Os alunos recebem uma bolsa da SETI no valor de R$ 650. Os estudantes indígenas que têm filhos recebem R$ 950. Para o coordenador da CUIA na UEL, professor Wagner Roberto do Amaral, do Departamento de Serviço Social, a política pública indígena no Paraná só avançou nos últimos anos. "A presença indígena na Universidade é fundamental", afirma. Mas, segundo o professor, o principal obstáculo que o estudante indígena enfrenta é o transporte para chegar à Universidade. Segundo números de 2009, da tese de doutorado do professor Wagner, ao todo as universidades paranaenses, mais a Universidade Federal do Paraná (UFPR) já formaram 15 profissionais, 47% na área de Educação e outros 27% profissionais da área da saúde.

fonte - www.bonde.com.br

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