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Chuva deixa Londrina em estado de alerta

Apagão no transporte aéreo: ontem à tarde foi quebrado o recorde de horas sem operação em um único mês





À véspera do início da estação mais fria e seca - o inverno começa hoje - Londrina registrou índices de chuva semelhantes aos verões mais úmidos. O resultado foi um apagão no transporte aéreo, com o fechamento de mais de 24 horas (até o fechamento desta edição) da pista do Aeroporto Governador José Richa, que na tarde de ontem quebrou o recorde de horas sem operação em um único mês desde 2009. Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, choveu 140 milímetros em Londrina entre a tarde de segunda-feira e a tarde de ontem, um volume que supera com folga a média histórica de junho, que fica entre 110 e 120 milímetros. O superintendente do Aeroporto, Marcus Vinicius Rezende Pio, informou que o alto índice pluviométrico em um mês mais frio foi decisivo para a estatística negativa. Foram 74 horas de fechamento em junho, com 46 voos cancelados. Segundo dados da Infraero, em 20 horas sem operação na pista anteontem e ontem, foram cancelados 27 voos (até as 15h15 de ontem). No acumulado do mês, 152 pousos e decolagens deixaram de ser realizados. ''São 16% do tempo fechado. Nossa média histórica é de 2%'', comparou Pio. O período prolongado de fechamento mudou a rotina do terminal e o humor dos usuários. Do lado externo, a via marginal à marquise que cobre a área dos táxis se tornou uma rodoviária improvisada, de onde não paravam de chegar e sair ônibus e vans fretados pelas companhias aéreas. Para quem não podia contar com a opção terrestre, restava a oferta de estadia nos hoteis, o que fazia aumentar a fila dos táxis. No saguão, o clima era de impaciência e de decepção. O mais preocupante é que os transtornos não tinham prazo para acabar na tarde de ontem. A previsão do meteorologista Lizandro Jacobsen, do Simepar, é que as chuvas continuem hoje e amanhã em Londrina, embora com menos intensidade, e devema se estender até a manhã de sexta-feira. ''Na sexta-feira há grandes chances de formação de nevoeiro denso, o que também prejudicaria a operação do aeroporto''. Um grupo de adolescentes uniformizadas não conseguia esconder sua ansiedade. As atletas de ginástica rítmica da equipe Incorpore, Nicole de Oliveira Olivieri, 15 anos, Eloise dos Santos Fidelis e Patrícia Kuri, ambas de 14, já tinham pouca esperança de participar de um torneio nacional da modalidade em João Pessoa. O último voo para a capital da Paraíba sairia de São Paulo às 21h30 de ontem e no meio da tarde a chance de conseguir um voo era pequena. A opção de viajar de ônibus até a capital paulista também já se havia se tornado inviável. A competição começa na manhã de hoje. ''Estamos aqui desde às 7 horas esperando uma solução. Se não conseguirmos, adeus campeonato'', disse Nicole, enquanto Eloise tentava consolar Patrícia, a mais nervosa, já com os olhos marejados. Mais calma, mesmo após duas horas de saguão a jornalista Liliane Danas, de 24 anos, já ponderava a possibilidade usar mais o transporte terrestre para o percurso Londrina-Curitiba, que faz regularmente. Outros pontos Uma força-tarefa, formada por agentes da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), guardas municipais, funcionários da secretaria do Ambiente e técnicos da Defesa Civil foi montada para monitorar os pontos mais críticos. De acordo com o diretor de Trânsito da CMTU, Wilson de Jesus, o lago Igapó já transbordou em diversos pontos. ''Foi por isso que interditamos a Rua Almeida Garret, que fica nas proximidades da barragem do lago I.'' Trechos do lago que passam pelas rotatórias da rua Bento Munhoz da Rocha Neto e da avenida Ayrton Senna, na área central da cidade, também já invadiram ruas e calçadas. A pista de caminhada do lago Igapó I, por exemplo, está submersa. (Colaborou Guilherme Batista/Equipe Bonde)
Lúcio Flávio Moura Reportagem Local

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