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Goleiro da Copa de 70 enfrenta doença e celebra aposentadoria concedida pelo governo



Os campeões mundiais pela seleção brasileira nas Copas de 1958, 1962 e 1970 receberam uma boa notícia nesta quarta-feira, com a aprovação do benefício de aposentadoria concedido governo federal. A oficialização do auxílio abre uma série de debates sobre a questão que privilegia inicialmente jogadores de futebol, mas por outro lado atende a necessidade imediata de nomes como Félix, goleiro titular na conquista do tri mundial, que hoje enfrenta duras batalhas de saúde.
Aos 74 anos, Félix Miéli Venerando lida com um enfisema pulmonar através de remédios e sessões diárias de oxigênio em casa. O antigo goleiro de Portuguesa e Fluminense também deixou há pouco a UTI de um hospital de São Paulo, onde se recuperou de um problema renal.

Os jogadores da seleção brasileira campeões das Copas de 1958, 1962 e 1970 ganharam uma data para celebrar o benefício de aposentadoria, aprovado pelo governo federal nesta quarta-feira.
A festa organizada em conjunto com o Ministério do Esporte acontecerá no dia 25 de junho no Memorial da América Latina, em São Paulo, no mesmo evento que celebra o cinquentenário do título do Mundial de 1962 no Chile.
"Esperamos o comparecimento de alguns dos campeões para, simbolicamente, fazermos essa entrega de aposentadoria", declara Marcelo Neves, da Associação dos Campeões Mundiais.
Nesta quarta-feira, o Diário Oficial da União apresentou a Lei Geral da Copa, assinada pela presidente Dilma Rousseff, cujo texto incluiu os benefícios aos campeões mundiais pela seleção, de 1958 até o tri de 1970 no México.
"Foi uma vitória merecida, pelo menos um reconhecimento em vida. A maioria de nós nunca ganhou o que os atuais ganham hoje. Vai ajudar muita gente. Eu que venho tomando oxigênio em casa há dois meses, me recuperando de um enfisema que atacou o pulmão. Veio antes que eu batesse as botas", afirma Félix, com bom humor sobre sua situação de saúde.
"Só faltou cumprirem a promessa do plano de saúde. Mas quem prometeu não deu. Essa tinha sido feita em um evento dos campeões com o Ricardo Teixeira [ex-presidente da CBF]", diz o ex-goleiro, que hoje conta com o auxílio de um amigo dono de uma rede de hospitais, um antigo companheiro das categorias de base do Juventus.
Pela lei aprovada nesta quarta (artigos 37 a 42), os jogadores que representaram a seleção nos três primeiros títulos mundiais receberão prêmio em dinheiro de R$ 100 mil, pagos pelo Tesouro Nacional, sem impostos e descontos previdenciários. Caso o campeão já tenha falecido, o benefício será entregue aos herdeiros.
O mesmo artigo oficializa o auxílio mensal aos jogadores, desde que o valor não exceda o máximo pago pela Previdência Social. Em caso de morte do campeão, os herdeiros poderão pleitear o recebimento parcial do benefício.
"Estávamos lutando por isso desde 2008. Eu tinha feito o pedido diretamente ao presidente Lula, que preparou um projeto de lei, não prontamente, mas até bem rápido. Conseguiu-se incluir a questão na Lei Geral da Copa. Recebemos a notícia com grande alegria, porque oferece dignidade aos campeões. Mas também significa vida para aqueles que não têm como se tratar", afirma Marcelo Neves, filho do ex-goleiro Gilmar, que responde pela Associação dos Campeões Mundiais de Futebol do Brasil.
Durante o debate da questão, aberto em 2008 em solenidade do então presidente Lula com campeões mundiais, a voz dissonante do projeto foi Tostão, contrário ao benefício, com argumentos de falta de critérios para o privilégio exclusivo para ídolos do futebol. Procurado pela reportagem do UOL Esporte nesta quarta, o vencedor da Copa de 1970 disse que não gostaria de se manifestar até tomar conhecimento detalhado da aprovação.
"O único campeão que foi contra foi o Tostão. A gente até disse para ele uma vez: 'se você não precisa, doa esse dinheiro para alguém que precisa'. Afinal, é um dinheirinho bom", declara Félix.






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