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Prefeito de Rolândia é investigado por crime eleitoral

A Justiça Eleitoral investiga o prefeito de Rolândia, Johnny Lehmann (PTB) por suposta propaganda irregular. Durante a campanha, o prefeito reeleito teria inserido nos holerites dos servidores uma frase de cunho eleitoral. O adversário dele nas urnas, Eurides Moura (PSDB), solicitou a investigação com a intenção de que Lehmann não tome posse no dia 1º de janeiro. 

Em entrevista à repórter Loriane Comeli, o advogado Frederico Reis, que representa a coligação do PSDB, contou que os holerites foram entregues três dias antes da eleição. "Trata-se de uma conduta vedada aos agentes públicos", declarou Reis. 

Nesses holerites constava a frase: ''Rolândia vive um excelente momento. E isso não pode parar. Além da UTI, asfaltos e casas, após 14 anos, os rolandenses serão beneficiados com uma nova escola estadual e um novo posto de saúde, unidade da mulher e da infância e três novos conjuntos residenciais.'' 

Reis afirmou que se comprovada a irregularidade na Justiça Eleitoral, o prefeito poderia ficar impedido de assumir o cargo para o qual foi reeleito. ''Essa conduta pode resultar em multa e cassação da diplomação.'' Neste caso, disse o advogado, a cidade teria uma nova eleição porque Lehmann venceu o pleito com mais de 50% dos votos. 

''Ficamos sabendo da irregularidade através de servidores, que desaprovaram a conduta do prefeito ao escrever aquela frase três dias antes da votação'', afirmou o vereador José de Paula (PSD), que apoiou Moura na campanha. 

Fazer inscrições sobre obras executadas pela prefeitura no holerite dos servidores foi uma prática comum neste último ano da administração de Lehmann. ''Como eram frases menos diretas e fora do período eleitoral, podem configurar improbidade administrativa'', avaliou Reis. 

O advogado Guilherme Gonçalves, da coligação que reelegeu Lehmann, negou que o prefeito tenha praticado qualquer ato ilícito e atribuiu toda a responsabilidade a um servidor, que ''já está respondendo a uma comissão de sindicância''. ''Foi um ato isolado de um servidor e o prefeito não tinha conhecimento disso e não concorda com isso. Ele editou portaria antes das eleições destacando as condutas proibidas durante a campanha'', disse Gonçalves. 

Questionado sobre o fato de ser uma prática comum inserir frases nos comprovantes de pagamento, o advogado disse que ''isso não prova que o prefeito soubesse dessa inscrição'' às vésperas da eleição. 

Ainda de acordo com Gonçalves, ''um pequeno número de holerites'' foi impresso com a frase. ''E também é ingenuidade acreditar que o servidor se deixaria influenciar por uma frase no holerite'', argumentou.
Loriane Comeli 
Reportagem Local

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