CASO DO PADRE DE RIBEIRÃO DO PINHAL - JUSTIÇA AVALIA DENÚNCIA CRIMINAL
Delegado Tristão de Carvalho
esclarece que qualquer ato libidinoso perto de uma pessoa menor de 14
anos é crime, mesmo que ela não participe do ato
Carvalho esclareceu que a fiança paga por Ghergolet foi estipulada em R$ 2.712. ''É crime praticar relação sexual ou qualquer outro ato libidinoso perto de uma pessoa menor de 14 anos, ou seja, o menor não precisa nem mesmo participar do ato''. Segundo ele, a classificação jurídica do fato se deu pela polícia no artigo 218 A do Código Penal, que criminaliza a corrupção de menores e prevê pena de dois a quatro anos de reclusão.
O delegado relembra que, segundo o relato da própria vítima, ela foi socorrida por um policial à paisana, que apesar de não conseguir fazer a detenção do acusado, anotou a placa do carro. ''Chequei que se tratava de um Gol pertencente à Diocese de Jacarezinho. Comuniquei as polícias rodoviárias da região e ele (o padre) acabou detido nas proximidades de Santo Antônio da Platina'', recorda.
Carvalho adianta que, caso seja condenado, o padre deve ficar detido em Ribeirão do Pinhal.
O Conselho Tutelar garante que tem tratado todas as informações do caso com o máximo sigilo e que vem prestando apoio psicológico à vitima. ''Os profissionais daqui constataram que não há nenhum sinal de trauma e que a adolescente está muito bem. Não queremos que a vítima e sua família sofra algum tipo de exposição e tenha de alguma forma seu pisicológico abalado'', detalha, Elizabete Maria da Silva, um dos membros do Conselho Tutelar que acompanha o caso.
A conselheira frisa que é importante deixar claro que o padre não assediou e nem tocou na jovem, mas cometeu um atentado ao pudor diante de uma adolescente de 14 anos. ''O caso chama a atenção pela posição que um padre ocupa, mas ninguém pode fazer algo assim'', sentencia.
Ela acrescenta que esse tipo de caso é incomum e que a entidade costuma atender principalmente ocorrências de agressão a crianças e adolecentes, usuários de crack. (V.F.)
Moradores comentam o crime
Aneliza Soares de Oliveira
Newton Nakamura
Norma Dutra da Silva
‘‘Como católica acho um
absurdo. Não pega bem para cidade. Uma amiga de fora já estava querendo
saber se era o pároco daqui, que não tem nada a ver com a história.’’ Aneliza Soares de Oliveira, vendedora
‘‘Já seria um absurdo se fosse uma pessoa comum quanto mais um padre que deve zelar pela moral e os bons costumes.’’ Newton Nakamura, comerciante
‘‘O caso em si chama a atenção pela figura de um padre, mas não acho que vai prejudicar a imagem do município até porque não era um padre daqui.’’ Norma Dutra da Silva, cantora
‘‘Já seria um absurdo se fosse uma pessoa comum quanto mais um padre que deve zelar pela moral e os bons costumes.’’ Newton Nakamura, comerciante
‘‘O caso em si chama a atenção pela figura de um padre, mas não acho que vai prejudicar a imagem do município até porque não era um padre daqui.’’ Norma Dutra da Silva, cantora
Mãe de garota diz que crime abalou a família
Delegado Tristão de Carvalho
esclarece que qualquer ato libidinoso perto de uma pessoa menor de 14
anos é crime, mesmo que ela não participe do ato
A mãe explica que havia pedido para a filha lhe fazer um favor e no caminho um automóvel parou ao lado da menina para pedir informações, quando a jovem se aproximou do carro notou algo estranho e pediu por ajuda. ''Isso ela mesma relatou à polícia. Quando chegamos à delegacia, o padre quis lhe pedir perdão e (ele próprio) disse que não se perdoaria porque isso não se faz'', conta.
A mãe acrescentou que o caso mexeu muito com a família, sobretudo por envolver um membro de um instituição religiosa. Ela afirmou ainda que a atitude correta da filha e a preocupação em denunciar o caso devem servir de exemplo para quem passar por situação semelhante. ''Mostra também que caráter independe de classe social ou posição que ocupa'', diz a doméstica.
Ela defende ainda que talvez fosse interessante para a Igreja repensar o voto de celibato, que proíbe os padres de ter uma vida conjugal.
A família ainda não decidiu se irá acionar juridicamente o padre Gheorgolet. A mãe da jovem adiantou que a decisão será tomada em conjunto com os familiares e que esta possibilidade não está descartada.
Suspensão
Em nota divulgada no dia 3 de janeiro, o bispo diocesano de Jacarezinho, Dom Antônio Braz Benevente - responsável pela região em que ocorreu o fato - informou que foi decretada a suspensão do padre Ghergolet por tempo indeterminado. A decisão foi tomada após consulta ao Conselho Episcopal e ao Tribunal Eclesiástico de Londrina. A nota esclarece ainda que será de responsabilidade do padre o ônus de sua defesa em âmbito civil.
Procurado pela FOLHA, o Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Londrina informou que seus membros estão em recesso e devem retomar suas atividades em fevereiro.
A reportagem tentou localizar o padre Ghergolet, mas não conseguiu contato. Ele havia pertencido à Paróquia de Joaquim Távora e atualmente estava em um seminário em Jacarezinho. Segundo informações, Gheorgolet possui parentes em Abatiá, cidade vizinha de Ribeirão do Pinhal.
FONTE - CADERNO NORTE PIONEIRO - FOLHA DE LONDRINA
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