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Alfafa de Bandeirantes conquista o mercado nacional

Município está entre os maiores produtores da leguminosa no Paraná; renda incentiva produção

Fotos: Celso Pacheco
Marcos Roberto Dorta integra a terceira geração da família envolvida no cultivo da leguminosa: "Se não fosse a alfafa, eu já teria abandonado a agricultura"
Carlos Eduardo Graziano mantém área de 15 hectares de alfafa, com uma produção média de 2 mil quilos por hectare a cada corte
Bandeirantes - Em meio a extensas áreas cultivadas com milho ou cana-de-açúcar, as áreas com alfafa ficam quase imperceptíveis nas propriedades rurais do município de Bandeirantes. Mas a cultura tem feito a alegria de produtores da região, como Carlos Eduardo Graziano, que mantém o cultivo em parceira com o produtor José Rodrigues dos Santos.

A alfafa é uma leguminosa de alto valor nutritivo, usada principalmente na alimentação de cavalos de raça no Brasil. Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), o Paraná produz 65 mil toneladas de alfafa por ano. A produção anual, somente em Bandeirantes, é de 9 mil toneladas de feno de alfafa, que é o produto já enfardado. A região tem outros municípios produtores em menor escala.

Embora seja uma cultura pouco conhecida, há produtores que trabalham há décadas com alfafa em Bandeirantes. Graziano e Santos trabalham, juntos no cultivo da leguminosa pelo sistema "meeiro" - Graziano é o dono da terra, mas é Santos quem cuida da lavoura.

A área de cultivo tocada pela dupla de agricultores é de 15 hectares, com uma produção média de 2 mil quilos de alfafa por hectare a cada corte. A principal vantagem da cultura, segundo Graziano, é que a leguminosa permite sete ou oito cortes por ano, dependendo do clima, garantindo uma renda quase que mensal ao produtor. Além disso, a mesma plantação de alfafa pode durar entre seis a oito anos, em média, sem precisar de um novo plantio.

Além de cuidar da produção, José Santos tornou-se especialista na seleção de sementes de alfafa, cuja qualidade germinativa melhora quando a lavoura está na casa dos cinco anos. Ele explica que a escolha da semente é importante pois é ela que vai definir tanto a qualidade do produto quanto o período de duração da área plantada. Santos vende o quilo da semente por até R$ 40, dependendo da época.

Outro produtor animado com a cultura é Marcos Roberto Dorta, que faz parte da terceira geração da família envolvida no cultivo da alfafa. Desde criança ele já convivia com o sistema de produção desde o plantio até a colheita. A cultura de alfafa geralmente pode ser encontrada em pequenas propriedades e é incentivada como uma alternativa de renda para o produtor. "Se não fosse a alfafa, eu já teria abandonado a agricultura", afirma.

A família Dorta tem a maior área cultivada no município, com cerca de 85 hectares e já se organiza para ampliar a área para 120 hectares nos próximos anos.

Dorta criou um sistema de armazenagem própria, pelo qual pode deixar a alfafa estocada por até um ano, o que facilita o controle de estoque e ainda permite oferecer o produto de acordo com a necessidade do mercado, conseguindo melhores preços.

Os produtores de Bandeirantes comercializam a alfafa por R$ 0,70 a R$ 1,00 o quilo, dependendo da época do ano. O produto tem preço melhor no inverno.



FOLHA DE LONDRINA - CADERNO NORTE PIONEIRO
Eli Araujo
Reportagem Local
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