Aterro é utilizado irregularmente em Abatiá
Material deveria ser destinado a aterros privados; carcaças de animais também foram jogadas no local
Município alega não ter recursos para adequar aterro
Catadores sustentam família com material recolhido no local
Abatiá - Uma denúncia anônima recebida pela FOLHA no início desta semana revela a destinação irregular de rejeitos ao aterro sanitário de Abatiá (Norte Pioneiro). Com pouco menos de cinco hectares, a área recebe diariamente lixo coletado no município, exceto o que é separado para reciclagem. O problema é que o material é depositado em valas abertas no terreno sem qualquer tipo de preparo técnico e ambiental. Além de ser acondicionado de forma irregular, o lixo também é queimado, e a fumaça altamente tóxica que polui o meio ambiente compromete a saúde dos catadores e funcionários municipais que trabalham no local.
Como se não bastasse, três vezes por semana os funcionários do matadouro municipal descartavam várias carcaças de animais no aterro. O problema foi reconhecido pela prefeitura, que justificou as irregularidades alegando que o município não possui recursos para adequar o aterro sanitário conforme as exigências impostas pelos órgãos ambientais.
De acordo com o técnico em agropecuária Leonardo Carlos Martins Junior, que responde pela Secretaria Municipal de Agricultura e do Meio Ambiente de Abatiá, um projeto de reciclagem e destinação do lixo coletado na cidade chegou a ser concluído e estava pronto para ser executado. No entanto, com o anúncio da prorrogação do prazo estipulado pelo governo federal aos municípios para se adequarem às exigências ambientais relacionadas aos aterros sanitários, as prioridades no governo municipal mudaram, e os recursos que seriam destinados ao projeto foram aplicados em outras áreas.
"O modelo é de baixo custo, funcional e o mais importante de tudo é que atenderia todos os critérios ambientais e sociais. Teríamos uma associação de catadores ainda mais fortalecida e os rejeitos separados dos recicláveis seriam destinados a um aterro privado em Assaí. Porém, o prazo para os municípios adequarem os aterros foi prorrogado e projeto foi, infelizmente, engavetado. Somos um município com pouco mais de 7 mil habitantes e de poucos recursos. Diante da situação, à época, decidimos então aplicar o dinheiro do projeto em outras prioridades, e tudo continuou como estava", explicou.
Ainda conforme Martins Junior, o município não dispõe de maquinários suficientes para atender o aterro e faltam fiscais para controlar quem e o que entra no local. Entretanto, ele deixou claro que o matadouro municipal é administrado por uma associação de pecuaristas "que sabe de suas responsabilidades". "Temos apenas um trator e um caminhão para atender toda a população. Infelizmente não temos maquinário suficiente para fazer algo melhor do que está sendo feito no aterro. Existe a associação de catadores que prepara e negocia os recicláveis, o restante do lixo não temos onde destinar e realmente é depositado no terreno. Como não concordamos com o modelo de consórcio, onde várias cidades operam um aterro sanitário em conjunto, estamos negociando o recolhimento do lixo com uma empresa privada de Assaí para resolver o problema. Quanto às carcaças de animais que estão sendo depositadas no aterro, a associação que administra o matadouro sabe que a prefeitura repudia o ato que é totalmente de sua responsabilidade", concluiu.
O presidente da associação que administra o Matadouro Municipal, Adenir Pinheiro da Costa, admitiu que toda semana cerca de 10 carcaças de animais são descartadas no aterro municipal. No entanto, o pecuarista informou que a medida foi suspensa no início desta semana após a entidade ter sido notificada. "Depois que recebemos a notificação o descarte foi suspenso. Já contratamos uma empresa que vai recolher as carcaças durante a semana diretamente no matadouro. Somos em 18 associados, todos preocupados com as consequências do problema, afinal, a população de Abatiá depende do abate local", destacou.
CATADORES
O fechamento do aterro municipal de Abatiá por conta das irregularidades pode deixar ao menos 11 famílias desamparadas financeiramente, conforme explicou a presidente da Associação dos Catadores de Recicláveis, Simone Pereira da Silva. "Somos em 11 catadores e todos sustentam suas famílias daqui. Trabalhamos de segunda-feira a sábado, das 7 às 17 horas, para processarmos, em média, 21 toneladas de material reciclável no mês, que nos proporciona um salário mensal em torno de R$ 1 mil. A prefeitura nos ajuda com alguns equipamentos e suas manutenções, e nossa contrapartida é evitar materiais poluentes. Se o aterro for fechado perderemos nossa fonte de renda. É preciso diálogo para resolver os problemas, pois do contrário as consequências serão drásticas", avaliou.
Como se não bastasse, três vezes por semana os funcionários do matadouro municipal descartavam várias carcaças de animais no aterro. O problema foi reconhecido pela prefeitura, que justificou as irregularidades alegando que o município não possui recursos para adequar o aterro sanitário conforme as exigências impostas pelos órgãos ambientais.
De acordo com o técnico em agropecuária Leonardo Carlos Martins Junior, que responde pela Secretaria Municipal de Agricultura e do Meio Ambiente de Abatiá, um projeto de reciclagem e destinação do lixo coletado na cidade chegou a ser concluído e estava pronto para ser executado. No entanto, com o anúncio da prorrogação do prazo estipulado pelo governo federal aos municípios para se adequarem às exigências ambientais relacionadas aos aterros sanitários, as prioridades no governo municipal mudaram, e os recursos que seriam destinados ao projeto foram aplicados em outras áreas.
"O modelo é de baixo custo, funcional e o mais importante de tudo é que atenderia todos os critérios ambientais e sociais. Teríamos uma associação de catadores ainda mais fortalecida e os rejeitos separados dos recicláveis seriam destinados a um aterro privado em Assaí. Porém, o prazo para os municípios adequarem os aterros foi prorrogado e projeto foi, infelizmente, engavetado. Somos um município com pouco mais de 7 mil habitantes e de poucos recursos. Diante da situação, à época, decidimos então aplicar o dinheiro do projeto em outras prioridades, e tudo continuou como estava", explicou.
Ainda conforme Martins Junior, o município não dispõe de maquinários suficientes para atender o aterro e faltam fiscais para controlar quem e o que entra no local. Entretanto, ele deixou claro que o matadouro municipal é administrado por uma associação de pecuaristas "que sabe de suas responsabilidades". "Temos apenas um trator e um caminhão para atender toda a população. Infelizmente não temos maquinário suficiente para fazer algo melhor do que está sendo feito no aterro. Existe a associação de catadores que prepara e negocia os recicláveis, o restante do lixo não temos onde destinar e realmente é depositado no terreno. Como não concordamos com o modelo de consórcio, onde várias cidades operam um aterro sanitário em conjunto, estamos negociando o recolhimento do lixo com uma empresa privada de Assaí para resolver o problema. Quanto às carcaças de animais que estão sendo depositadas no aterro, a associação que administra o matadouro sabe que a prefeitura repudia o ato que é totalmente de sua responsabilidade", concluiu.
O presidente da associação que administra o Matadouro Municipal, Adenir Pinheiro da Costa, admitiu que toda semana cerca de 10 carcaças de animais são descartadas no aterro municipal. No entanto, o pecuarista informou que a medida foi suspensa no início desta semana após a entidade ter sido notificada. "Depois que recebemos a notificação o descarte foi suspenso. Já contratamos uma empresa que vai recolher as carcaças durante a semana diretamente no matadouro. Somos em 18 associados, todos preocupados com as consequências do problema, afinal, a população de Abatiá depende do abate local", destacou.
CATADORES
O fechamento do aterro municipal de Abatiá por conta das irregularidades pode deixar ao menos 11 famílias desamparadas financeiramente, conforme explicou a presidente da Associação dos Catadores de Recicláveis, Simone Pereira da Silva. "Somos em 11 catadores e todos sustentam suas famílias daqui. Trabalhamos de segunda-feira a sábado, das 7 às 17 horas, para processarmos, em média, 21 toneladas de material reciclável no mês, que nos proporciona um salário mensal em torno de R$ 1 mil. A prefeitura nos ajuda com alguns equipamentos e suas manutenções, e nossa contrapartida é evitar materiais poluentes. Se o aterro for fechado perderemos nossa fonte de renda. É preciso diálogo para resolver os problemas, pois do contrário as consequências serão drásticas", avaliou.
Luiz Guilherme Bannwart
Especial para a FOLHA DE LONDRINA
Especial para a FOLHA DE LONDRINA