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Estudo revela otimismo para mercado de maquinário agrícola

Comercializações de caminhões pesados também vão reaquecer, segundo a MA8 Management Consulting

Marcos Zanutto
Meta da cooperativa Integrada é vender cem máquinas, entre plantadeiras e pulverizadores, este ano
Os mercados de máquinas agrícolas e de caminhões pesados chegam ao fundo do poço em 2015. A partir do ano que vem, ambos começam a desenhar curvas ascendentes até, pelo menos, 2020, puxados pela pujança do agronegócio brasileiro. A projeção foi feita pela MA8 Management Consulting.

No caso das máquinas agrícolas, o mercado deve atingir em 2020 o mesmo patamar do recorde histórico de 75 mil unidades vendidas em 2013. Neste ano, a previsão é que sejam vendidos menos de 50 mil equipamentos. O crescimento do mercado de caminhões pesados não deve ser expressivo assim. Segundo o estudo, chegará perto de 40 mil unidades em 2020, nos níveis de 2008, e bem longe dos quase 60 mil de 2013. Em 2015, devem ser emplacados pouco mais de 19 mil caminhões do segmento pesado.

A consultoria afirma que analisou os efeitos positivos previstos para o agronegócio, decorrentes dos planos de financiamento para o setor, demanda global, tecnologia local, produtividade e expectativa para os próximos cinco anos sobre melhorias logísticas na malha rodoviária e portos. A estimativa é uma produção de 230 milhões de toneladas no final da década.

O diretor de caminhões da Volvo no Brasil, Bernardo Fedalto, considerou factível a projeção. Para ele, voltar aos patamares de 2008 daqui a cinco anos "não é ruim". "Essas comparações são muito relativas. Em 2004, (quando foram vendidos cerca de 20 mil caminhões pesados), nós achamos o ano maravilhoso porque nos anteriores vendíamos muito menos. Em 2009 (cerca de 30 mil caminhões pesados vendidos), choramos, achamos muito ruim, porque a comparação era com 2008 (cerca de 40 mil)", afirma.

De acordo com ele, o mercado "andará de lado" por mais alguns meses, e deve "esboçar reação" no final do ano. "Não acreditamos que 2016 comece no mesmo nível que estamos hoje. Começará melhor", declara.

Fedalto confirma que, "se a safra vai bem, o mercado de caminhões pesado também vai bem". Questionado então sobre o porquê da queda neste ano, ele responde: "Os juros (para financiamento) subiram. Os transportadores de grãos renovaram suas frotas nos anos anteriores. E há uma sensação de insegurança no País. A economia também é movida por sentimentos e percepções", justifica.

Já Pedro Estevão Basto, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas, da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), não acredita que as projeções feitas pela consultoria se concretizem quanto ao mercado de maquinário agrícola. "O estudo está muito otimista, muito cor de rosa. Nós não enxergamos assim", declara.

Basto não vê reação do mercado já no próximo ano porque, apesar da previsão de crescimento da safra, segundo ele, pode haver queda de produtividade. "Não acho que os produtores vão investir muito em máquinas. Além disso, não sabemos também como estarão as condições do Moderfrota e do PSI", afirmou ele se referindo às linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O representante da Abimaq estima que o reaquecimento só comece em 2017.
Nelson Bortolin
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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