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Metade das vagas de novos cursos de medicina no Sul é do Paraná

Ministério da Saúde confirmou 215 vagas em quatro faculdades privadas do Estado como estratégia de fortalecer o Mais Médicos

Divulgação
Com 50 vagas abertas, Faculdade de Pato Branco deve realizar o primeiro vestibular de medicina em novembro
Quatro novos cursos de medicina no Paraná foram anunciados ontem pelo Ministério da Saúde dentro da estratégia de ampliação de vagas para formação de profissionais para o programa federal Mais Médicos. Ao todo, o Estado terá mais 215 vagas em quatro faculdades nos municípios de Campo Mourão, Umuarama (ambas no Noroeste), Guarapuava (Centro) e Pato Branco (Sudoeste), o que significa metade da nova demanda ofertada na Região Sul do País. Três instituições do Rio Grande do Sul foram beneficiadas com a abertura de 165 vagas em novos cursos e outras 50 vagas foram autorizadas em Santa Catarina em uma única faculdade. Em todo o Brasil, instituições de ensino superior de 36 municípios terão 2.290 vagas para os primeiros cursos de medicina nas cidades do interior.

A escolha das instituições particulares, que devem implantar os cursos em 2016, foi realizada ao longo de três fases. Durante a seleção iniciada no final de 2013 o Ministério da Saúde avaliou indicadores dos cursos da área de saúde, projeto pedagógico, plano de infraestrutura das instituições, programas de saúde do município, implantação de residência médica, oferta de bolsas para alunos e outros itens.

PATO BRANCO

A Faculdade de Pato Branco (Fadep) confirmou que deve realizar o primeiro vestibular de medicina em novembro para preenchimento das 50 vagas da turma com início de aula prevista para fevereiro do próximo ano. O diretor-geral da instituição, Eliseu Berteli, afirmou que a faculdade já possui a estrutura física e de docentes necessária para a abertura do curso, no entanto, o prazo mínimo para realização do vestibular é de 90 dias. "Há quatro anos já trabalhamos com a perspectiva da implantação do curso antes mesmo do programa Mais Médicos e por isso já investimos na estrutura", justificou.

Ele informou que seis residências médicas da instituição já funcionam em convênios com os hospitais São Lucas e a Policlínica de Pato Branco com estudantes em formação em outras faculdades. "As estruturas das unidades serão utilizadas pelos alunos do novo curso em estágios, residências e internatos", acrescentou.

UMUARAMA

A Universidade Paranaense (Unipar) também já possui convênios com três hospitais de Umuarama para residências médicas com a presença de alunos de outras instituições antes da abertura do curso para 60 alunos. "As residências nas áreas de clínica médica, pediatria, anestesiologia, cirurgia, medicina da família e comunidade e ginecologia e obstetrícia possui estudantes de todo o País e até alunos da América do Sul", informou a diretora da faculdade, Irinéia Paulina Baretta. Ela comentou que o curso de medicina deve beneficiar a formação em outras áreas da saúde e o atendimento no município, mas não confirmou quando as aulas serão iniciadas. "Até o mês de outubro, os ministérios da Saúde e Educação devem publicar o edital para visitas in loco das instituições selecionadas, que terão que informar os prazos para a abertura dos cursos", respondeu.

GUARAPUAVA

Já a Faculdade Campo Real de Guarapuava informou que aguardava a autorização para o curso com 55 vagas para iniciar os investimentos estruturais necessários à graduação de medicina. "O curso necessita de laboratórios específicos com investimentos significativos", disse a coordenadora do processo de implantação do curso, Lourdes de Figueiredo Leal. A professora ainda lembrou que o governo federal aumentou a regulamentação da oferta de cursos de medicina após o programa Mais Médicos, com necessidades de visitas técnicas nas instituições de ensino e nos municípios. "A formação dos profissionais é voltada, principalmente, para o atendimento da saúde pública, o que também deve beneficiar as cidades com os novos cursos instalados", analisou.

CAMPO MOURÃO

A diretora acadêmica da Faculdade Integrado, Simone Colli, disse que a abertura do curso de medicina com 50 vagas em Campo Mourão vai beneficiar outros setores da cidade, além da saúde. "Quando um curso de medicina é confirmado, candidatos de várias regiões se interessam pelo município, o que contribui com os setores imobiliários, comércio e prestadores de serviços locais." A Faculdade Integrado também esperava a confirmação para construção e equipamentos dos laboratórios de habilidades médicas.

RESSALVAS

Quando as quatro universidades foram selecionadas como possíveis locais para os novos cursos em 2014 pelo Ministério da Educação (MEC), a abertura das vagas foi criticada por entidades de classes médicas no Estado. O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) afirmou que temia a proliferação de cursos de baixa qualidade em cidades de menor porte.
Rafael
Reportagem local-FOLHA DE LONDRINA
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