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MP-PR identifica onze pacientes que pagaram consultas para médico preso

Uma das vítimas relata que ficou com problemas por não pagar a médico.
Ortopedista cobrava dinheiro de pacientes do SUS para fazer cirurgias.

Do G1 PR, com informações da RPC Londrina
O médico ortopedista de Cornélio Procópio, no norte do Paraná, preso após ser acusado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por cobrar consultas e cirurgias de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) fez vítimas em várias cidades. A promotoria identificou pelo menos onze casos de pacientes que foram extorquidos pelo especialista.
O médico André Santana Fonseca Rodrigues foi preso na segunda-feira em Bandeirantes. Segundo a polícia, o profissional tentar fugir para São Paulo, onde mora a família dele. O ortopedista de 43 anos trabalhava no hospital Santa Casa de Cornélio Procópio, mas após as denúncias do MP-PR foi afastado do cargo.
“Cobrar para realizar uma cirurgia, ou fornecer um atestado médico de uma cirurgia realizada pelo SUS é um ato ilegal”, explica a promotora Kelli Vicentini.

A denúncia já aceita pela Justiça é reforçada com depoimentos de pacientes que se consultaram com o médico. Um homem, que prefere não aparecer, quebrou os pés em um acidente de trabalho. Ele conta que Rodrigues pediu dinheiro a mais para pôr o gesso. Como o paciente não pagou o valor extra, o especialista não fez o tratamento correto.
Segundo as investigações, as vítimas sofreram traumas e chegaram à Santa Casa precisando de atendimentos urgentes. De acordo com os promotores, o médico dizia que não havia vagas no hospital ou que não poderia garantir a qualidade nos atendimentos prestados pelo SUS. Assustados, os pacientes acabavam pagando valores que variavam de R$ 1.500 a R$ 2 mil para o médico.
“Ele [médico] falou assim: então sinto muito, já que você não tem dinheiro para pagar o gesso, vai ficar sem o gesso. Fiquei só com a tala nos pés por 15 dias. Depois desse período ele falou para eu ir embora. Agora, estou com os dois pés tortos”, relata um dos pacientes.
Outro paciente gravou com um celular escondido o pagamento ilegal que diz ter feito para a secretária do ortopedista, no consultório dele.
De acordo com a denúncia, o médico será processado por concussão, que é a extorsão praticada por agente público. “A pena para esse tipo de crime pode variar de dois a oito anos e multa”, relata a promotora.
A direção da Santa Casa de Cornélio Procópio não foi localizada para comentar o caso. Os advogados do médico não retornaram as ligações da reportagem.
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