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Orlando cobra São Paulo na Justiça, mas aceita acordo se receber Ganso

Clube americano alega que Tricolor não cumpriu cláusulas do empréstimo de Kaká e quer R$ 14 mi. Porém, abre mão do dinheiro se ficar com os direitos do camisa 10

Por São Paulo
Paulo Henrique Ganso São Paulo (Foto: Site oficial do SPFC)Ganso pode ir parar no Orlando City por causa de dívida do Tricolor (Foto: Site oficial do SPFC)
O Orlando City acionou a Justiça brasileira nesta segunda-feira para cobrar uma dívida de R$ 13.878.159,26 do São Paulo referentes a obrigações contratuais não cumpridas no empréstimo do meia Kaká, no segundo semestre do ano passado. O processo corre na 27ª Vara Cívil do Tribunal de Justiça de São Paulo e será analisado pelo juiz Rogério Marrone de Castro Sampaio. 

Ainda nesta segunda, o Orlando City notificou o São Paulo da ação e fez uma proposta de acordo: perdoa a dívida e ainda paga uma quantia em troca do meia Paulo Henrique Ganso.

Segundo uma fonte ligada ao clube americano ouvida pelo GloboEsporte.com, "eles (São Paulo) só não aceitam se forem loucos".
Kaká chegou ao Tricolor em julho do ano passado, com vínculo de seis meses, já que a liga norte-americana de futebol começaria apenas em março deste ano. Abaixo, o GloboEsporte.com revela os detalhes do contrato firmado entre Orlando, São Paulo e Kaká:
1) Durante o período de empréstimo, o São Paulo deveria pagar a Kaká o valor total de US$ 1,3 milhão, relativo ao pagamento de salários.
2) São Paulo e Orlando City deveriam disputar dois amistosos, um no estádio do Morumbi, outro em Orlando, que deveriam ser realizados respectivamente em janeiro de 2015, para marcar a despedida do atleta da equipe brasileira, e fevereiro de 2015, para marcar a chegada do jogador ao time norte-americano.
3) O lucro com a bilheteria das duas partidas deveria ser dividido da seguinte maneira: 80% para o Orlando City e 20% para o São Paulo.
4) O São Paulo deveria repassar ao Orlando City a renda líquida total da partida de estreia de Kaká no estádio do Morumbi (foi contra o Vitória, no dia 10 de agosto).
5) A partir da estreia de Kaká no Morumbi, a arrecadação nos jogos da equipe aumentou sensivelmente. O Orlando City deveria receber 20% dessa diferença, em comparação a jogos realizados antes da estreia do camisa 8.
6) O São Paulo deveria enviar ao Orlando City um documento mostrando o valor médio das receitas líquidas registradas no estádio do Morumbi nos jogos anteriores a estreia do jogador e válidos pelo Campeonato Brasileiro. Isso tinha um prazo de dez dias para ser enviado a partir de 26 de junho de 2014.
No item que dizia que o São Paulo deveria prestar contas ao Orlando, havia uma cláusula que indicava que o São Paulo tinha até o dia 6 de julho de 2014 para enviar a documentação. Como esse prazo não foi cumprido, iniciou-se uma cobrança diária de US$ 10 mil até a data em que fosse feito o envio da documentação. Segundo o Orlando, foi enviado um documento no dia 13 de fevereiro de 2015, mas que não teve sua veracidade comprovada. Com isso, cobrou-se a multa até o dia de hoje, o que resultou na quantia de US$ 3.780.000,00, o que convertido ao  câmbio desta segunda-feira, resultava no valor de R$ 12.133.800,00.
O valor total relativo ao item 5 deveria ser pago pelo Tricolor até o dia 15 de janeiro de 2015, o que não aconteceu. Com isso, foi acrescida uma multa de 10%, além de juros de um por cento ao mês. Aqui, o débito chegou a R$ 1.744.359,26. 
Como Kaká estreou fora do Morumbi (diante do Goiás, no estádio Serra Dourada), ficou acordado entre as partes que o São Paulo cederia a renda da partida contra a Chapecoense, realizada no dia 19 de julho do ano passado: R$ 997.855,00, o que também não aconteceu. Foi repassada a renda do jogo contra o Vitória, realizado no dia 10 de agosto, quando Kaká estreou no estádio do Morumbi: R$ 869.534,00. Somando tudo o que o Tricolor deixou de pagar, a ação chegou aos quase R$ 14 milhões.
 Isso é um erro do Orlando. Tanto que, na última vez em que conversamos, o Flávio (Augusto, dono do time de Kaká) ficou de verificar e retornar. Até agora, ele não me procurou"
Ataíde Gil Guerreiro, vice-presidente de futebol do São Paulo
O Tricolor, por sua vez, reconhece que está em débito com o Orlando, mas contesta o valor da ação. O vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, diz que não houve problemas no envio da prestação das contas.
– Isso é um erro do Orlando. Tanto que, na última vez em que conversamos, o Flávio (Augusto, dono do time de Kaká) ficou de verificar e retornar. Até agora, ele não me procurou – afirmou o dirigente.
Já o presidente Carlos Miguel Aidar, em entrevista ao site “Esquema de Jogo”, reconheceu que o clube deve ao Orlando, mas colocou a culpa na crise financeira, que, segundo ele, foi provocada pelo seu antecessor, Juvenal Juvêncio.
– Devemos R$ 40 milhões a vários fornecedores, entre empresa de limpeza, clubes, como o Orlando City, empresa de segurança, assessoria de imprensa, entre outros. O Juvenal arrebentou o São Paulo – disse o atual mandatário.
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