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Polícia confirma que ônibus acidentado não tinha cinto


Marcos Zanutto
Ônibus é de 2002: código de trânsito exige instalação do cinto de segurança em veículos fabricados a partir de 1999
Florestópolis – A Polícia Civil confirmou ontem que o ônibus da Secretaria de Saúde de Florestópolis (Região Metropolitana de Londrina), que se envolveu no acidente que matou três pessoas na tarde de terça-feira, na PR-537, no mesmo município, não tinha cintos de segurança para os passageiros, todos estudantes. Segundo as autoridades, a condição era ilegal, pois o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê obrigatoriedade do equipamento para ônibus fabricados a partir de 1999. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o coletivo urbano de marca Comil, de propriedade da Prefeitura de Florestópolis é de 2002.

O delegado de Porecatu, Elisandro Corrêa, informou que já solicitou a perícia nos veículos envolvidos. O procedimento deve ser realizado na próxima semana pela Polícia Científica. "Em princípio, pudemos constatar pelo menos uma irregularidade, que o ônibus não tinha cintos de segurança. Agora vamos aguardar a perícia, que vai poder dar informações mais detalhadas, inclusive sobre as causas do acidente", explicou. Corrêa disse também que deve ouvir o motorista hoje. "O depoimento dele será fundamental para o inquérito", apontou.

Além das condições que levaram à batida com o Gol e provocaram as três mortes, a mudança de trajeto será questionada pelo delegado. Segundo alguns alunos, os três ônibus da prefeitura que transportam os alunos costumam seguir para Londrina via Rolândia pela PR-170. Mesmo com o acréscimo de seis quilômetros, a rodovia é considerada mais segura pelos estudantes. Naquele dia, o motorista preferiu seguir por Bela Vista do Paraíso, em rodovia simples e sem acostamento, num dia de chuva .

A reportagem entrou em contato novamente com a Prefeitura de Florestópolis para saber condições do ônibus e ouvir a versão do motorista, mas a Procuradoria Jurídica do Município informou que ainda está avaliando o ocorrido e que não iria se pronunciar. Segundo informações dos estudantes, além do transporte universitário, o ônibus também atendia pacientes durante o dia.

Segundo o estudante de Direito Dhiemison Zamparoni, os ônibus não trafegavam com excesso de passageiros. "No começo do ano pode até ter ocorrido, porque muita gente ia fazer matrícula, mas atualmente, não", garantiu. Zamparoni disse que três ônibus foram destinados aos cerca de 130 estudantes justamente para evitar a superlotação. "A questão da falta de cintos é inegável, mas estão contando muitas histórias que não são verdadeiras. O motorista era muito prudente. O que ocorreu foi uma fatalidade", argumentou.

O ACIDENTE

No final da tarde de terça-feira, o ônibus com cerca de 40 estudantes deixou Florestópolis com destino a Londrina. Cerca de três quilômetros depois do trevo de acesso à cidade, em um longo trecho de declive na PR-537, o motorista do ônibus perdeu o controle do veículo e bateu de frente com um Gol de Florestópolis que seguia no sentido contrário. Segundo testemunhas, o motorista teria desviado de um galho sobre a pista.

O motorista do carro, Dirceu Gomes dos Santos, e o passageiro, Cláudio Sena, morreram na hora. A outra vítima foi o estudante de Engenharia Mecânica Rafael Furini, de 24 anos, que estava na parte traseira do ônibus. Ele sofreu um grande corte na perna e morreu vítima de hemorragia. As três vítimas eram de Florestópolis.

FOLHA DE LONDRINA
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