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Vereadores platinenses devem recuar sobre aumento de salários

Desistência ocorre após repercussão negativa do reajuste de mais de 100% nos subsídios; número de cadeiras subiu de 9 para 13

Depois da repercussão negativa na cidade, a Câmara Municipal de Santo Antônio da Platina (Norte Pioneiro) realiza hoje à tarde mais uma sessão extraordinária para a segunda discussão do projeto de lei que aumentou os subsídios dos vereadores em mais de 100% para a próxima legislatura. Porém, propensos a recuar, antes da votação os parlamentares vão afinar o discurso e devem desistir da ideia. Eles estudam retirar o projeto da pauta ou apresentar emenda alterando os valores.

O texto, aprovado em primeiro turno com 5 votos favoráveis, elevou os ganhos mensais de R$ 3,7 mil para R$ 7,5 mil; para o presidente a mudança é de R$ 4 mil para R$ 8,5 mil. No mesmo projeto os vereadores também aumentaram o vencimento do prefeito, que passaria de R$ 14,7 mil para R$ 22 mil. O vice-prefeito passaria a receber R$ 11 mil. Além da mudança nos subsídios, a Câmara aprovou, ainda, a elevação no número de cadeiras a partir de 2017 de nove para 13. Neste caso, a segunda discussão deve ocorrer no final do mês.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Santo Antônio da Platina, José Alex Gonçalves Figueira, "é um absurdo esse aumento". Segundo ele, a iniciativa dos parlamentares causou revolta no eleitorado. "O bom senso de quem está no cargo público deveria prevalecer. Espero que os eleitores não se esqueçam disso no ano que vem." Figueira, no entanto, está cético em relação ao recuo dos políticos.

O vereador Dionísio da Luz Sobaranski (DEM), que votou favoravelmente ao aumento, admitiu a mudança de posição. "Vamos entrar com uma emenda para derrubar isso", resumiu. Questionado o que iria propor, esquivou-se. "Amanhã (hoje) você vai ficar sabendo com detalhes."

O presidente da Casa, Valdir de Souza (PSB) antecipou à reportagem que pretende retirar o projeto da pauta. "Sou contra. Não é hora de aumentar salários, mas fizeram a comparação com outras câmaras da região e fizeram a proposta, dentro do que a lei permite", se referindo aos colegas. Mesmo negando que a pressão na cidade esteja interferindo na decisão dos vereadores, Souza confirmou que "muitas pessoas me ligaram, cobrando uma posição e eu acho bacana essa interação". Quanto ao aumento de cadeiras, ele afirmou defender mais duas vagas.

Contrário ao aumento dos vencimentos, o vereador Aguinaldo Roberto do Carmo (PSC) disse que "não tem cabimento essa discussão agora". Ele deu um exemplo para retratar a situação financeira do município. "Recentemente o prefeito enviou para o Legislativo um projeto para cortar o vale alimentação dos servidores. Como explicar o aumento nos salários do próprio prefeito e dos vereadores nesse contexto?"

A reportagem tentou falar com o prefeito Pedro Claro de Oliveira Neto (DEM), mas a sede do Executivo está fechada devido ao recesso administrativo e deve reabrir apenas na próxima semana. Questionado se essa interrupção no atendimento não seria prejudicial à população, o presidente da Câmara, Valdir de Souza, disse que conversaria com o prefeito sobre a questão.
Edson Ferreira
Reportagem Local-folha de londrina
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