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Após liberar pedágios, MST cogita novas ocupações

Seis praças de pedágio tiveram cancelas erguidas no PR; em Brasília, movimento interditou sede do Ministério da Fazenda

Celso Pacheco
Em Jataizinho, onde o pedágio custa R$ 16,10 para veículos de passeio, cerca de 350 moradores de assentamentos e acampamentos participaram do protesto
Manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam seis praças de pedágios em rodovias federais ontem no Paraná e a delegacia do Ministério da Fazenda, em Curitiba, durante a ação nacional em protesto contra o ministro Joaquim Levy e os cortes orçamentários de recursos destinados à reforma agrária. Eles chegaram às praças a partir das 8 horas, e por volta das 16 horas os postos foram desocupados e a cobrança voltou a ser realizada normalmente no Estado. No entanto, as ocupações podem ocorrer novamente hoje dependendo dos desdobramentos de uma reunião entre o MST e os ministérios da Fazenda, Cidades, Planejamento e o Instituto Nacional de Cidadania e Reforma Agrária (Incra).

Segundo o diretor nacional e coordenador do movimento no Paraná, Diego Moreira, o governo federal sinalizou para atender as reivindicações do MST, que pede o assentamento imediato de 120 mil famílias, sendo 8 mil acampadas no Paraná. "Além disso, exigimos o não contingenciamento dos recursos, já que cortes foram realizados neste ano e investimentos na política de desenvolvimento dos assentamentos e na infraestrutura social e produtiva", informou. Após ocupar a delegacia do Ministério da Fazenda na capital do Estado, os militantes devem protestar hoje na sede do Incra em Curitiba.

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou que o protesto foi realizado no Paraná com liberação das cancelas das praças de pedágios na BR-277, em Laranjeiras do Sul e Cascavel, na BR-376, em Mandaguari e Ortigueira e na BR-369, em Arapongas e Jataizinho, na Região Metropolitana de Londrina. A Polícia Rodoviária de Ibiporã (PRF) informou que cerca de 50 manifestantes permaneceram nas praças de pedágio de Ortigueira, Arapongas e Jataizinho entre a manhã e tarde e aguardavam informações dos representantes do MST em Brasília para deixar os locais ocupados. Nenhum incidente foi registrado durante os protestos. A ABCR calcula que cerca de 277 mil veículos passem por dia pelas praças de pedágio em todo o Paraná.

Em Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina), onde a tarifa para veículo de passeio custa R$ 16,10, os manifestantes afirmaram que 350 moradores de assentamentos e acampamentos do Norte do Estado participaram do ato em sistema de revezamento para continuidade dos protestos. Enquanto algumas pessoas balançavam bandeiras e distribuíam panfletos, outros manifestantes e mulheres descansavam com as crianças debaixo das árvores na margem da rodovia.

Ministério da Fazenda
Em Brasília, a sede do Ministério da Fazenda também foi ocupada pelos integrantes que impediram a entrada dos funcionários públicos no local. Segundo o MST, cerca 2 mil pessoas participaram do protesto, mas a Polícia Militar do Distrito Federal confirmou 700 manifestantes. A entrada principal do prédio e a portaria oficial do ministro foram bloqueadas e tomadas por barracas. No início da noite de ontem, os militantes se preparavam para passar a noite no ministério, que já solicitou à Justiça Federal pedido de reintegração de posse do prédio principal da Pasta. A Fazenda, no entanto, ainda não sabe se utilizará a liminar, caso seja concedida, por temer que ocorra um conflito físico entre a polícia e os manifestantes. O MST garante ter suprimento para os próximos cinco dias e promete não sair do local enquanto não for recebido por Levy. (Com Agências)
Rafael Fantin
Reportagem Local-folha de londrina

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