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Beto articula criação de agenda positiva no interior

Meta do governador é tentar melhorar a imagem e recuperar a popularidade junto ao eleitorado

Orlando Kissner/ANPr
Além da ofensiva no interior, Beto Richa deve intensificar as audiências com os prefeitos no Palácio Iguaçu
Na defensiva desde que assumiu o segundo mandato, o governador Beto Richa (PSDB) determinou aos articuladores políticos do governo a criação de uma agenda positiva para tentar melhorar a imagem e recuperar a popularidade junto ao eleitorado. Um ano antes das disputas municipais e colhendo os primeiros resultados financeiros do traumático pacote fiscal, os comissionados do segundo e terceiro escalões estão sendo convocados para "defender a administração, que está retomando a normalidade", conforme disseram fontes do Executivo.

Pesquisa de opinião feita pelo instituto londrinense Multicultural, no mês de maio, encomendada pela FOLHA e pela Rádio Paiquerê, mostrou o pior índice do tucano em todo o período dele no cargo, que começou em 2011, com 75% de reprovação. Sem euforia e apostando que o pior passou, estão sendo realizadas reuniões com diretores e gerentes de órgãos estaduais no interior. Em Londrina, na quinta-feira da semana passada, mais de cem colabores estiveram no encontro na sede do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), que contou com a presença de deputados da base e da coordenadoria da Região Metropolitana de Londrina. Em Toledo (Oeste), há cerca de 15 dias, o secretário chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, falou para representantes de 41 municípios da região. Paranavaí (Noroeste) também já fez o evento e Curitiba deve sediar um encontro até o final do mês.

Embora os encontros sejam classificados como administrativos, um dos objetivos é manter ou, em alguns casos, recuperar a influência política de Beto para a sucessão municipal em 2016. Conforme um participante da reunião em Toledo, que preferiu não se identificar, "primeiro tem que colocar a casa em ordem, pagando os credores e retomando as obras, e depois discutir novos projetos, como as eleições, afinal ninguém quer apoio de quem está devendo".

As medidas econômicas e, principalmente, o massacre dos professores no Centro Cívico, em abril, deram munição à oposição e criaram focos de resistência ao governo em todas as regiões do Estado, tanto que Beto reduziu as viagens oficiais para evitar o conflito. Caberá ao pessoal que está na ponta, perto das lideranças locais, resgatar o clima favorável com o anúncio de obras que serão retomadas. Segundo o coordenador da macrorregião de Cascavel (Oeste), Severino Folador, "cada um dos colaboradores precisa entender o governo com um todo, não se pode ver um adversário político criticando sempre sem estar preparado para defender os bons programas em andamento". A região Oeste é uma das poucas em que Beto Richa já esteve três vezes neste mandato.

Além da ofensiva no interior do Paraná, o governador deve intensificar as audiências com os prefeitos no Palácio Iguaçu. Ontem, 20 gestores que compõem a Associação dos Municípios do Médio Paranapanema (Amepar) foram recebidos por Beto e apresentaram as demandas para a região. "Esse contato dele (governador) com as associações regionais é muito importante porque podemos tratar de questões estruturantes para os municípios", disse à reportagem o prefeito de Centenário do Sul e presidente da Amepar, Luiz Nicácio (PSC).
Edson Ferreira
Reportagem Local-folha de londrina
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