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EDUCAÇÃO - Proposta sobre eleições de diretores gera novo embate

Curitiba – O período de suposta tranquilidade na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná está com os dias contados. Na tarde de ontem o Executivo encaminhou à Casa o projeto que muda as regras para a eleição de diretores de escolas estaduais. A proposta já está rendendo discussões e, segundo os deputados de oposição, seria uma retaliação política contra a categoria dos professores em razão da greve e dos conflitos ocorridos durante o primeiro semestre.

A principal mudança no projeto encaminhado para a AL prevê dar aos votos de estudantes e pais de alunos o mesmo peso que os de professores e funcionários das escolas. Pelas regras atuais, 50% dos votos são de professores e funcionários e os outros 50% de pais de alunos e estudantes. Os educadores argumentam que o voto dos professores e funcionários deve ter peso maior porque eles integram as escolas em caráter permanente. Outro ponto questionado pelos professores é que os diretores eleitos terão mandato de dois anos, com a possibilidade de reeleição por mais dois anos. A candidatura à reeleição, porém, estará condicionada a uma avaliação da Secretaria de Estado da Educação (Seed) sobre o cumprimento ou não de metas estabelecidas pela pasta.

Tanto a bancada de oposição na AL como a APP-Sindicato, entidade que representa a categoria, argumentam que o governo quer aumentar o controle político sobre os diretores das escolas, com o objetivo de diminuir o poder do sindicato. "É colocar gasolina na fogueira, o governo escolheu punir os professores e funcionários das escolas com esse projeto. A revolta é grande, imediatamente após o projeto ser lido no plenário. Já foi disponibilizado cópia para escolas, comunidade escolar e, certamente, teremos discussões muito tensas aqui por conta desse projeto, a categoria não vai concordar", ressaltou o deputado Professor Lemos (PT).

A base aliada do governo rebate as acusações feitas pela oposição alegando que o projeto do Executivo pretende ampliar a participação da comunidade escolar na escolha dos diretores e melhorar a gestão das escolas. "Na verdade, alguns têm medo da democracia. Este projeto ele radicaliza a democracia, faz com que a comunidade escolar possa participar de forma direta da votação", ressaltou o líder da bancada na AL, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).

Ainda, conforme o parlamentar, a avaliação das metas político-pedagógicas depois de dois anos e o atendimento das diretrizes da Seed pelos diretores são essenciais para se garantir uma mudança na qualidade da escola pública. "Temos que melhorar a gestão da escola pública e uma das questões que nos parece clara é que tem que acabar o peso forte do corporativismo. Hoje, até por conta da conveniência, muitos acabam fazendo acordos internos, com professores e funcionários por conta das eleições. Isso tem que acabar. O diretor que for ser candidato tem que ter propostas para a comunidade escolar", completou.

Segundo adiantou o líder do Governo, a intenção é discutir e votar o projeto ainda no mês de setembro para que as eleições possam ser realizadas a partir de novembro. Com o projeto protocolado, agora ele passa a ser analisado pelas comissões da Casa.
Rubens Chueire Jr.
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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