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Guardar grãos na propriedade ameniza problema da armazenagem

Especialista da Faep explica que os silos paranaenses já não comportam mais a quantidade de produtos que sai das lavouras

Fotos: Lis Sayuri
 
A preocupação em produzir cada vez mais tem virado uma obsessão no agronegócio brasileiro. Não que isso seja ruim, mas estabelecer um ritmo de crescimento na atividade agrícola, por exemplo, necessita não só de investimentos em tecnologia no campo para elevar a produtividade ou em maquinários mais eficientes para colher a produção cada vez mais rápido, mas também é necessário pensar na armazenagem, um problema antigo que assola a agricultura brasileira.

No Paraná, a questão também é um problema que tem se intensificado nos últimos anos. Nilson Hanke Camargo, assessor técnico e econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), afirma que a capacidade estática dos armazéns paranaenses é de 27 milhões de toneladas. O volume ideal de capacidade estática, segundo Camargo, deveria ser de 35 milhões de toneladas.

Somente nesta segunda safra, o Paraná estima colher 11,01 milhões de toneladas de milho, 6% a mais se comparado ao mesmo período do ano passado, segundo previsão do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Camargo afirma que uma solução prática para o problema do deficit de armazéns seria investir mais em silos dentro das próprias propriedades.

Em pleno pico de colheita, o especialista da Faep afirma que há uma correria muito grande durante a entrega da produção, superlotando os silos das cooperativas e os caminhões que têm como destino o Porto de Paranaguá. "O resultado disso são as filas intermináveis nas estradas que dão acesso ao porto", sublinha. Grande ou pequena, Camargo acredita que toda propriedade deveria ter um local de armazenagem de acordo com o seu volume de produção.

"Fizemos um estudo, que já foi encaminhado à Seab, que mostra que 70% das propriedades possuem entre 50 e 100 hectares de área cultivável. Além disso, identificamos no mesmo documento fabricantes de pequenos armazéns." O objetivo do estudo é mostrar a necessidade de se ter um sistema de armazenamento mais eficiente. Camargo pede mais incentivos fiscais às empresas fabricantes para baixar o custo desses pequenos silos.

Para ele, as cooperativas paranaenses, responsáveis pelo recebimento de mais de 70% da safra de grãos do Estado, deveriam incentivar mais a adoção de silos dentro da propriedade. Camargo afirma que, no momento de estresse da associação, especialmente quando começa a chegar muito produto de uma só vez, é possível que um ou outro produtor retenha o material colhido na fazenda se tiver um silo em sua propriedade.

Agilidade
A colheita de milho está mais ágil neste momento porque o excesso de chuvas ocorrido em julho fez as colheitadeiras ficarem estacionadas. Com a volta do tempo firme, explica Edmar Gervásio, técnico do Deral, todos os produtores paranaenses colocaram suas máquinas em campo, o que poderá prejudicar o escoamento da segunda safra do grãos devido ao excesso de caminhões nas estradas.
Ricardo Maia
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA

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