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Homenagem à imprensa procopense

Homenagem à imprensa procopense

Celso Pacheco
Antonio Villas Bôas Neto exibe exemplares dos três jornais fundados pela família em Cornélio Procópio
Cornélio Procópio - Como forma de prestar homenagem a um legado histórico da imprensa procopense, a família Villas Bôas realiza o lançamento do livro "Memórias, Simplesmente Memórias. Cinco Décadas da Imprensa Procopense" e a doação de duas coleções de "A Voz do Povo" (do período de 1952 a 1993) neste sábado, às 19h30, no Anfiteatro da Universidade Tecnológica do Paraná, no campus de Cornélio Procópio. O evento é aberto ao público em geral e ainda terá exposição de revistas e jornais antigos. As coleções encadernadas de 31 volumes do jornal "A Voz do Povo" serão doadas para a Universidade Estadual do Norte do Paraná e para a Biblioteca Pública "Galdino de Almeida" da Prefeitura de Cornélio Procópio. A família Villas Bôas foi responsável pela criação de dois jornais da cidade - "A Tribuna" (o primeiro jornal da cidade, em 1942) e "A Cidade de Cornélio Procópio" (em 1950), além da cofundação e direção de "A Voz do Povo" (em 1952).

Com 544 páginas, o livro traz um amplo panorama histórico da imprensa local, reunindo mais de 600 fotos da cidade de 1938 a 1992. Dividido por décadas, a publicação traz informações fornecidas por pioneiros sobre o nascimento e emancipação da cidade, assim como destaca a fundação da imprensa procopense em 1942 e fatos peculiares como as tentativas de mudanças do nome da cidade, a hilária "Campanha do Prego", a construção do "Cristo Redentor", a chacina que repercutiu no país inteiro, entre outros.

Máquina doada para a Prefeitura de Cornélio Procópio, alocada na sala Sala Nicolau Villas Bôas no museu Nair Azzolini. A frente, Antonio Villas Bôas Neto e a Professora Alba Caznok, do Dep. de Cultura do Município em 2007


De autoria do jornalista e economista Antonio Villas Bôas Neto, 67 anos, atualmente morando em Londrina, a publicação é fruto de uma pesquisa informal que durou mais de três anos motivada após o falecimento do seu pai, Nicolau Villas Boas, em 2007. "O primeiro jornal de Cornélio Procópio, ‘A Tribuna’ foi fundado pelo meu pai e o meu avô, Antonio Villas Bôas, que nasceu em Portugal, e fui incumbido, em nome da família, para classificar o grande acervo cultural que ele havia deixado", destaca Neto. Esse trabalho dá continuidade ao Projeto Memória que a família já havia iniciado quando doou para o Museu "Nair Mariucci Azzolini" (Sala "Nicolau Villas Bôas") máquina, cavaletes de tipos móveis, quadros com jornais, fotografias, máquina de escrever, e outros objetos pessoais que pertenceram ao seu pai.

Na sequência do projeto, foram classificadas e colocadas em ordem cronológica as edições do jornal "A Voz do Povo", fundado em 1952, e que hoje está sob direção do sobrinho do autor, Wagner Gonçalves de Oliveira. "Depois da coleção pronta, resolvi escrever este livro, baseado no material impresso da família e também do acervo que formei, com a intenção de que este patrimônio cultural sirva de fonte de pesquisa e informação para muitas pessoas", afirma Neto, adiantando que ainda há outros materiais históricos que poderão ser doados futuramente.

Sobre as diferenças do jornalismo praticado há 50 anos, o autor destaca alguns detalhes técnicos, como o fato de um registro fotográfico chegar a demorar uma semana para que pudesse ser publicado. "As impressoras eram tipográficas. As fotos eram transformadas em clichês. O clichê demorava muito para ficar pronto, o que demandava um tempo enorme entre o fato acontecido e a impressão da foto, às vezes uma semana. A evolução foi positiva com certeza", avalia.
Ana Paula Nascimento
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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