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Incentivo à amamentação

Implantação de salas de apoio nas empresas é recomendada pelo Ministério da Saúde

Fotos: Celso Pacheco
A dona de casa Elaine Maria Gonçalves deixou de amamentar o primeiro filho quando ele completou 1 mês de vida: "Percebi que fez falta. Ele pegou muita gripe quando era mais novo"
"Através do leite materno, a criança consegue a proteção contra doenças e se desenvolve de forma saudável", destaca coordenadora do comitê de aleitamento, Lilian Poli de Castro
A criação de uma sala especial destinada às mães e aos bebês dentro das empresas pode prolongar o período de amamentação e, consequentemente, reduzir os índices de mortalidade infantil. A ideia é defendida pelo Comitê de Aleitamento Materno de Londrina (Calma), que busca o apoio de empresas para melhorar e incentivar as práticas de amamentação. O assunto foi discutido durante a cerimônia de abertura da Semana do Aleitamento Materno realizada na manhã de ontem no auditório do Fiep/Sesi.

A coordenadora do comitê, Lilian Poli de Castro, ressaltou que a implantação da sala de apoio é uma recomendação do Ministério da Saúde para empresas que tenham, no mínimo, 80 mulheres em idade fértil. No entanto, empresas menores também deveriam adotar a medida para incentivar a amamentação. "A mulher precisa ter um local de fácil acesso, confortável, para que ela possa tirar esse leite para ser oferecido para o seu filho posteriormente ou amamentar no local. Nós pensamos que, dessa forma, ela estará sendo acolhida no ambiente de trabalho", explicou.

Conforme Lilian, grande parte das mulheres interrompe a amamentação quando o bebê completa 4 meses e ela precisa retornar ao trabalho. "Através do leite materno, a criança consegue a proteção contra doenças e se desenvolve de forma saudável. Com outros tipos de leite, ela também cresce e se desenvolve, mas não há proteção", ressaltou a coordenadora do comitê. Segundo ela, apenas a Faculdade Pitágoras e o Hospital Evangélico oferecem a sala de apoio às funcionárias em Londrina.

O evento reuniu profissionais da saúde, representantes da comunidade e funcionários do setor de recursos humanos de empresas de Londrina. A analista de projetos institucionais do Sesi, Talita Aquino de Sousa, reforçou que a medida beneficia as próprias empresas. "Procuramos os grupos de RH para conscientizar sobre a importância desse espaço. Com a sala de apoio, a empresa acaba sendo reconhecida pela responsabilidade social, a produtividade das funcionárias aumenta e o número de atestados maternos diminui porque a criança fica mais imunizada", destacou.

A dona de casa Elaine Maria Gonçalves deixou de amamentar o primeiro filho quando ele completou 1 mês de vida. "Precisei trabalhar. Na época, eu era professora e tive que voltar ao trabalho", lamentou. "Percebi que fez falta. Ele pegou muita gripe quando era mais novo", completou. O filho hoje tem 19 anos, mas a dona de casa promete fazer diferente com o mais novo, que nasceu prematuro. No Banco de Leite do Hospital Universitário, ela retira o produto e o armazena para alimentar o bebê de 1 mês por meio de uma sonda. "Agora vou amamentar até ele não querer mais", garantiu.

Um levantamento realizado em 2010 por professores e alunos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) apontou que 40,5% das mães de crianças menores de 1 ano ofereciam somente o leite materno aos bebês com até 6 meses. Pouco mais de 2 mil mães de todas as regiões da cidade foram entrevistadas. A coordenadora do Banco de Leite do HU, Márcia Benevenuto, uma das organizadoras da pesquisa, destacou que os resultados foram animadores já que o mesmo índice era de 21% em 2002. "A gente sentiu que houve um crescimento nesses anos em relação ao aleitamento materno e a utilização de alimentos mais saudáveis como verduras e legumes, mas também identificamos que, mesmo trabalhando bastante a questão da alimentação saudável, ainda tem criança tomando refrigerante e comendo chips. Ainda temos um longo caminho a percorrer", ressaltou.

A Semana de Aleitamento Materno será realizada até o dia 7 de agosto. As atividades e oficinas voltadas aos profissionais da saúde serão desenvolvidas até o dia 20. O Banco de Leite recebe doações constantes para alimentar bebês de Londrina e região. As mães que puderem ajudar podem ligar para o telefone (43) 3371-2390, de segunda a sexta, das 7h às 16h, e aos sábados, das 7h às 12h.
Viviani Costa
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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