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Judô - Sarah quer reação no Mundial de judô

São Paulo - É Sarah Menezes, 25, quem ostenta a principal láurea do judô nacional na atualidade, com um ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. É da piauiense, também, a maior responsabilidade na equipe nacional para o Mundial de Astana, no Cazaquistão, que começa na madrugada de hoje. Desde a glória olímpica, Sarah tem tido resultados intermitentes. Se foi bronze no Mundial do Rio, em 2013, viveu no ano seguinte uma temporada para se esquecer. A judoca chegou a ficar dez meses sem subir a um pódio internacional de relevo. No Mundial de 2014, na cidade russa de Cheliabinsk, perdeu logo na primeira rodada para a francesa Amandine Buchard. Àquele fracasso seguiram-se outros, como no Grand Slam de Tóquio e nos Grand Prix de Dusseldorf e Samsun de 2013; este já neste ano. Até por isso, despencou da 2ª para a 10ª posição do ranking mundial na categoria ligeiro (até 48 kg), este mês.

A decaída de um dos expoentes do judô nacional fez a CBJ (Confederação Brasileira) e o COB (Comitê Olímpico do Brasil) criarem uma espécie de "Operação Sarah". Motivo para isso não falta: na conta do comitê para que o Brasil atinja ao menos 27 medalhas nos Jogos do Rio, o judô representa uma parte importante - é o esporte que mais deu láureas ao país na história, com 19 conquistas. Em Londres-2012, foram quatro pódios, o mais importante deles o de Sarah. Não interessa a ninguém que ela seja subtraída da equação. Foi traçada uma estratégia para recuperar a atleta, que perdeu o foco no último ano e chegou a ficar acima do peso limite de sua categoria. Ela até chegou a ganhar o ouro no Pan-Americano da modalidade, em Edmonton (Canadá), em abril, mas avaliou-se que era necessário recauchutá-la por completo.

Primeiro, ela foi sacada do Pan de Toronto, para o qual a CBJ levou força máxima - acabou substituída por Nathália Brígida, que levou bronze na competição e também foi levada ao Mundial. A ideia foi preservá-la e deixá-la em forma para Astana, que é a prioridade no ano. Enquanto a delegação foi para o Canadá, Sarah ficou praticamente baseada no Rio. Treinou em três períodos por dia - dois técnicos, um exclusivamente físico -, no centro de treinamento dentro do Parque Aquático Maria Lenk e no Instituto Reação. Neste tempo, Sarah passou por reciclagem técnica sob comando da japonesa Yuko Fujii, que integra a comissão brasileira desde 2013.

Outra determinação da CBJ foi a de que a atleta, que não abre mão de ter Teresina como base, faça "temporadas" em outros clubes, com atletas mais gabaritados e que a tirem da zona de conforto. Nos dois últimos meses, por duas vezes ela viajou a Porto Alegre para treinos na Sogipa, clube onde treinam a campeã mundial Mayra Aguiar e o medalhista olímpico Felipe Kitadai. "Eu estou mais motivada e com mais vontade, é uma medalha que falta no currículo", disse a judoca, que já tem três bronzes no torneio, nas edições de 2010, 2011 e 2013. Sarah conheceria sua rival na estreia, quando ocorre o sorteio. Além dela, Nathália, Kitadai e Eric Takabatake disputam as eliminatórias também do peso ligeiro, no masculino.
Paulo Roberto Conde
Folhapress-FOLHA DE LONDRINA
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