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Morosidade nos processos de urbanização de áreas doadas para indústrias prejudicam empresários e também o município

À espera de infraestrutura

Morosidade nos processos de urbanização de áreas doadas para indústrias prejudicam empresários e também o município

Gustavo Carneiro
Principais problemas estão em três lotes na Gleba Lindoia, que abrigam pelo menos 21 das áreas doadas; em um deles o terreno é usado para o plantio de trigo
Londrina - Visto como um meio de alavancar o desenvolvimento da cidade, a doação de áreas públicas para instalação de indústrias no município encontra um empecilho que acaba vindo da própria administração: a entrega de terrenos em locais sem infraestrutura necessária. Se, por um lado, a demora para adequar estes loteamentos prejudica a arrecadação, também é lesiva aos empresários, que ficam com projetos empacados.

Além disso, a morosidade traz a preocupação com o ano eleitoral, em 2016, quando os municípios ficam impedidos de firmar novos contratos a partir de junho. Somente na atual legislatura, foram doados pelo menos 33 áreas para instalação de indústrias desde 2013. Porém, os problemas de infraestrutura estão localizados em três lotes, identificados pelos números 16, 17 e 70, localizados na Gleba Lindoia, zona leste, que abrigam pelo menos 21 dessas áreas doadas.

A falta de infraestrutura foi levantada pelo vereador Jamil Janene (PP), que representa a Câmara na comissão de avaliação para doação de terrenos do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel) e faz oposição sistemática ao prefeito Alexandre Kireeff (PSD). Segundo ele, a demora da administração faz com que as indústrias migrem para outras cidades, além de prejudicar a arrecadação de impostos sobre a produção.

Jamil também recorda que, devido à crise econômica instalada neste ano, os juros para empréstimos subiram. "O prefeito não dá estrutura para a Secretaria de Obras e para a Codel", reclama o vereador.

Os juros, entretanto, não preocupam os empresários. O maior receio deles é com a proximidade do pleito do próximo ano. "As empresas que estão estruturadas devem aproveitar esse período para se preparar para a retomada da economia", diz o gerente operacional da Get Maq, Sidnei Oliveira.

A empresa tem três barracões na avenida Dez de Dezembro, próximo ao entroncamento com a PR-445, mas está com a produção estrangulada por necessitar de mais espaço. Esta foi uma das beneficiadas com um terreno no lote 16, que não tem água, energia elétrica ou asfalto.

O lote, aliás, é usado para outra atividade: o terreno, aplanado, é usado para o plantio de trigo. Os beneficiados com a doação dos terrenos dizem não saber quem é o responsável, mas não reclamam. "Pelo menos, estão cuidando, ou viraria um lixão", afirma o gerente operacional.

Para tentar acelerar o processo de urbanização da região, os empresários se uniram e dividiram os custos de um projeto de infraestrutura para o local e doaram para a prefeitura. O objetivo é reduzir o prazo de tramitação do processo para tentar alavancar a urbanização antes do período eleitoral.

O custo, de R$ 29 mil, se fosse bancado pela administração, precisaria passar por processo licitatório. "Acreditamos que ganhamos uns nove meses com isso", diz Oliveira.
Luís Fernando Wiltemburg
Reportagem Local-folha de londrina
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