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Vítima de ataque cardíaco aguardou por quatro horas a chegada da ambulância em Londrina

Saúde prevê ampliação e renovação da frota ainda em 2015

Marcos Zanutto
Seis ambulâncias do Samu atendem Londrina e região: serviço está presente em 80% dos municípios do Estado, segundo a Sesa
A morte de um homem de 40 anos que sofreu um ataque cardíaco em casa na última segunda-feira à noite em Londrina e, segundo a família, levou quatro horas para ser atendido por uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel (Samu) trouxe mais uma vez à tona a discussão sobre a eficácia desse sistema de atendimento. O caso aconteceu no Jardim Santo André (zona norte). De acordo com a viúva Hilda Andrade, o vigilante Ernestino Andrade Júnior tinha Doença de Chagas e ficou internado por 24 dias no Hospital Evangélico antes de receber alta no fim do mês passado. "Ele teve um ataque cardíaco. Começou a passar mal e morreu depois de mais ou menos 30 minutos. Se tivesse alguém para fazer a reanimação ou uma massagem no coração, ele poderia estar vivo", opinou. A mulher da vítima disse que pediu socorro para os vizinhos e várias ligações foram realizadas para o Samu, sendo que a primeira chamada não teria sido registrada pela central.

Em nota enviada à imprensa no final da tarde de ontem, a Secretaria Municipal de Saúde informou que vai instaurar procedimentos administrativos para apurar se houve falhas no protocolo de atendimento ou execução feito pelo Samu. "O episódio será analisado com prioridade. Caso sejam constatadas irregularidades, os responsáveis estarão sujeitos às penalidades previstas no Estatuto do Servidor", informou.

Londrina dispõe atualmente de seis ambulâncias do Samu para prestar atendimento na cidade e nos municípios da região. Poderiam ser oito se duas viaturas não estivessem fora de circulação por problemas mecânicos. Segundo a Prefeitura, o serviço recebe uma média de 3 mil ligações diárias, das quais 500 são trotes. O secretário municipal de Saúde, Mohamad El Kadri, não quis comentar a morte do vigilante por suposta demora no atendimento do Samu. Mas disse que será possível ampliar a cobertura do serviço e diminuir o tempo de espera ainda neste ano, quando novas ambulâncias serão disponibilizadas.

Segundo ele, até o final do ano o Samu deve passar a atender Londrina e região com cinco ambulâncias básicas, três avançadas e um veículo novo que ficaria na frota como reserva. O secretário acrescentou que até dois veículos usados ainda podem ser utilizados no transporte de pacientes sem gravidade para as unidades de saúde, serviço que deve ser prestado pelos próprios motoristas. "Nosso objetivo é manter sempre nove veículos nas ruas para atendimento das ocorrências do Samu apenas com manutenções preventivas nas oficinas. Assim, é possível ampliar a cobertura e diminuir o tempo de espera", avaliou.

El Kadri informou que quatro novas ambulâncias do Estado devem chegar ao município após a conclusão das apólices de seguro dos veículos. "Duas ambulâncias já tiveram os seguros homologados e um aditivo será realizado no contrato para segurar os outros veículos", explicou. Além disso, mais duas ambulâncias do Ministério da Saúde são aguardadas.

PARANÁ

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informou que o Samu está presente em 289 municípios, o que representa atendimento em 80% do Paraná. Os municípios se organizam em consórcios que ficam responsáveis pela regionalização dos serviços administrados com recursos federais, estaduais e municipais. A partir de 2010, o governo estadual afirmou que investiu R$ 75,5 milhões no Samu com a entrega de cerca de 200 ambulâncias no Paraná. Atualmente, o Estado possui 141 veículos básicos, 42 ambulâncias avançadas, uma aeronave em Curitiba e três helicópteros (Curitiba, Londrina e Cascavel). Em 2015, 10 ambulâncias foram entregues aos municípios de Cascavel, Pato Branco, Umuarama, Jacarezinho e Paranaguá.
Rafael Fantin
Reportagem local-FOLHA DE LONDRINA
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