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Excesso de chuvas provoca alta de até 53% nos alimentos

Umidade na terra aumenta a possibilidade de fungos e pragas e diminui a qualidade dos produtos

Theo Marques
Em Curitiba, o quilo da cebola para o consumidor passou de R$ 2,08 em 22 de outubro para R$ 3,21 em 26 de novembro

O excesso de chuvas no mês de novembro já começa a afetar o valor de alguns alimentos. De acordo com levantamento de preços realizado pelo serviço Disque Economia da Secretaria de Abastecimento de Curitiba no período de 22 de outubro a 26 de novembro, ficaram mais caros para o consumidor final a cebola (53%), a batata (30%), a batata salsa (26%), a couve-flor (26%), a alface (24%), o brócolis (23%) e o repolho (22%).
O coordenador do serviço Disque Economia, Henri Paulo Lira, disse a umidade na terra com o excesso de chuvas aumenta a possibilidade de fungos e pragas e diminui a qualidade dos produtos, o que reflete nos preços. Agora, segundo ele, a expectativa é de queda de valores, dependendo da quantidade de chuvas para os próximos dias. O serviço do Disque Economia pesquisa preços diariamente em 12 supermercados de Curitiba.
O quilo da cebola para o consumidor, por exemplo, passou de R$ 2,08 em 22 de outubro para R$ 3,21 em 26 de novembro. O quilo da batata foi de R$ 3,10 para R$ 4,04 no mesmo período. A unidade da couve-flor foi de R$ 3,24 para R$ 4,05, a alface (unidade) passou de R$ 1,15 para R$ 1,45, o brócolis (unidade) de R$ 2,42 para R$ 3,01 e o quilo do repolho de R$ 1,57 para R$ 1,89.
O gerente da regional de Curitiba da Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa), Juarez Miranda, disse que os preços no atacado também ficaram mais caros. Entre os produtos que subiram no último mês estão a batata, a alface, a cebola e o repolho. Segundo ele, não chegou a haver falta destes alimentos no mercado. Ele acredita que estes produtos não devem continuar a subir. A tendência é baixar os valores, se a chuva der uma trégua.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente o levantamento de preços da cesta básica. Segundo o economista da entidade, Fabiano Camargo da Silva, os dados referentes ao mês de novembro ainda estão sendo tabulados. "A questão climática influencia diretamente no preço final dos produtos", acrescentou.
O engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) e responsável pela área de olericultura, Carlos Alberto Salvador, disse que os produtos que estão em período de colheita neste momento são a cebola, a batata e o tomate. O Deral ainda não tem o levantamento de novembro destes produtos agrícolas. "Muita umidade aumenta o custo de produção, que pode ser transferido para os preços. Mas, não temos isso mensurado ainda", disse.
Até agora, as chuvas ainda não comprometeram drasticamente os pomares do Estado, segundo o engenheiro agrônomo do Deral e responsável pela área de fruticultura, Paulo Andrade. Porém, de acordo com ele, a frutificação da maçã vai atrasar devido ao excesso de precipitações. Também foram derrubadas algumas florações de laranja, mas a planta acaba produzindo novas flores. O excesso de água também deve fazer a coloração do pêssego e da ameixa ficar menos intensa que o normal.
Andréa Bertoldi
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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