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Papa pede acolhimento a gays e divorciados

Em exortação, Francisco reforça posição contrária ao aborto, eutanásia e pena de morte

Alberto Pizoli/AFP
Documento batizado de "A Alegria do Amor" exalta o amor como chave fundamental para a convivência humana

Genebra – O papa Francisco pediu respeito e acolhimento aos homossexuais e aos casados em segunda união, em exortação divulgada ontem, mas sem romper com os posicionamentos da Igreja. O documento, batizado de Amoris Laetitia (em português, "A Alegria do Amor"), é resultado de três anos de consultas e consolida os temas apresentados por bispos de todo o mundo em dois sínodos, em 2014 e 2015.
Ao longo de 270 páginas, o sumo pontífice exalta o amor como chave fundamental para a convivência humana. Ao contrário da expectativa de alguns setores mais progressistas da Igreja, Francisco não apresenta nenhuma mudança na doutrina, mas prossegue em sua postura de abrir as portas do Catolicismo.
Para Francisco, "nem todas as discussões doutrinais, morais ou pastorais devem ser resolvidas por meio de intervenções magisteriais". Ele defende que as mudanças, ainda que necessárias, não podem ser aplicadas com ansiedade. "Os debates (...) estendem-se desde o desejo desenfreado de mudar tudo sem suficiente reflexão ou fundamentação até a atitude que pretende resolver tudo com a aplicação de normas gerais ou deduzindo conclusões excessivas de algumas reflexões teológicas", escreve ele.
Havia grande expectativa, por exemplo, que o papa avançasse na questão dos católicos que, divorciados, vivem em segunda união. Como no documento produzido pelos bispos em outubro, ele é incisivo quanto à necessidade de acolhimento - mas segue não permitindo a participação na eucaristia. "(Eles) Não só não devem sentir-se excomungados, mas podem viver e maturar como membros vivos da Igreja, sentindo-a como uma mãe que sempre acolhe e encoraja-os no caminho da vida e do Evangelho."
Quanto aos homossexuais, ele também concorda com o documento produzido pelos bispos, reiterando a impossibilidade cristã de um matrimônio religioso homossexual. "Não existe fundamento para assimilar ou estabelecer analogias entre as uniões homossexuais e o desígnio de Deus sobre o matrimônio e a família", afirma. Mas, uma vez mais, o papa mostra tolerância. "A tais famílias devem ser dadas orientações pastorais respeitosas, para que aqueles que queiram manifestar a orientação homossexual possam receber a assistência que precisam para entender e levar a vontade de Deus em suas vidas." Na exortação, o papa ainda reforça a posição contrária ao aborto, à eutanásia, à pena de morte e aos contraceptivos.
Edison Veiga e Jamil Chade
Agência Estado
FOLHA DE LONDRINA

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