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Deputados do governo e da oposição batem boca sobre instalação de CPIs

"Não estou nervoso, mas é que vossa excelência às vezes é um pouco asqueroso", disse o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), ao responder Requião Filho (PMDB)


Curitiba – Os pedidos para instalação de seis novas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI’s) na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná levaram deputados da base aliada e da oposição ao governador Beto Richa (PSDB) a baterem boca durante a sessão plenária de ontem. Em um dos momentos mais acalorados, o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), xingou o vice-líder oposicionista, Requião Filho (PMDB), que criticava a diretoria legislativa.
Segundo o líder do PMDB, Nereu Moura, os requerimentos foram apresentados de uma vez, no final de fevereiro, como forma de evitar que suspeitas de corrupção na administração Beto Richa (PSDB) fossem também investigadas. Isso porque o regimento interno da AL só permite que cinco CPIs funcionem concomitantemente. Atualmente, estão em curso duas: a dos Animais e a das Construtoras, Incorporadas e Imobiliárias.
A "lista de espera" conta com outras sete, chamadas pelo peemedebista de laranjas: Contrabando; Questões Fundiárias; Atestado Médico; Violência e vandalismo; Ensino Superior; Telefonia e Porto de Paranaguá. Para que as CPIs saiam do papel, porém, é preciso garantir o apoiamento de no mínimo 18 deputados. As tentativas para apurar os esquemas de corrupção na Receita Estadual [Operação Publicano] e na Secretaria de Educação do Paraná [Operação Quadro Negro] seguem desde março de 2015.
Hoje, a primeira delas conta com 16 assinaturas, enquanto a segunda com 13. Para "piorar" a situação da oposição, dois dos parlamentares que deram o aval estão afastados: Paranhos (PSC) assumiu a Prefeitura de Cascavel (Oeste) e Chico Brasileiro (PSD) está prestes a assumir a de Foz do Iguaçu (também no Oeste). "O problema foi a maneira como apresentaram os requerimentos: no mesmo dia e no mesmo horário, de forma secreta. Isso é um golpe", acusou Moura.
"Não cabe à Mesa Executiva tomar decisão, e sim à habilidade dos deputados em captar as assinaturas. Há um rito especial para criação de CPIs", argumentou Traiano. "Não vou entrar no mérito da coleta nem do esforço que a diretoria legislativa tem feito para encobrir o seu erro", rebateu Requião. "Quero o artigo em que a Mesa cometeu erro. Tem que citar", provocou o tucano. "Artigo 155, presidente. O senhor não fique nervoso", respondeu o peemedebista. O presidente então disparou: "Eu não fico, mas é que vossa excelência às vezes é um pouco asqueroso".
Em entrevista após a reunião, o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), atribuiu o imbróglio a um factoide. "Tenho o maior respeito pelos deputados que você citou [da oposição], mas nesse caso eles estavam no mundo da lua. As CPIs estão em Diário Oficial. Eles têm assessorias muito competentes, que sabiam e não falaram nada de propósito. Ninguém foi surpreendido com CPI nenhuma", comentou.
Mariana Franco Ramnos
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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