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Jornalista registra boletim de ocorrência após receber ameaça de coordenador regional do Governo do Paraná

Uma jornalista de Cascavel, no oeste do Paraná, registrou um boletim de ocorrência após receber uma ameaça do coordenador regional do Governo do Paraná no oeste do estado, Eliezer José Fontana. A ameça foi feita por meio de uma mensagem de texto via WhatsApp enviada ao telefone particular dela, na sexta-feira (8).
Na mensagem, Fontana diz à repórter Juliet Manfrin, do jornal O Paraná, que "um dia da caça e outro do caçador. Jamais imaginei ser uma jornalista do mal. Acreditei que seria do bem. Me enganei. Quem prega o mal vai receber o mal."
Conforme o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR), que repudiou a atitude do integrante do governo estadual em nota divulgada nesta segunda-feira (11), a ameaça está relacionada a reportagens sobre processos criminais e condenações por improbridade administrativa contra Fontana, no período em que foi prefeito de Corbélia, no oeste do Paraná.
O jornal confirmou ao sindicato que, antes da ameaça textual, a profissional já tinha recebido uma série de coações do representante do governo por meio de telefonemas.
Em nota, a Casa Civil do Paraná informou que está averiguando as supostas ameaças. "Como ocorre em qualquer caso do gênero, recomenda-se a formalização de uma denúncia na Controladoria-Geral do Estado, para que seja aberta sindicância e processo administrativo pertinente", diz.
G1 também entrou em contato com Eliezer Fontana, mas ele não atendeu as ligações. A direção do jornal O Paraná e a jornalista Juliet Manfrin também não quiseram comentar o ocorrido.
Em seu perfil pessoal no Facebook, a jornalista publicou um texto intitulado "Ninguém vai me calar", na sexta-feira, falando sobre a ameaça.
"Falar que 'vou pagar com o mal', em uma ameaça escrachada e medíocre, atacando em meu telefone particular no momento em que o senhor deveria estar trabalhando pelo povo do Paraná, de quem recebe um salário de R$ 10 mil por mês, não faz do senhor um homem melhor, muito pelo contrário", diz trecho.
Ainda conforme o texto, a jornalista diz que "ao senhor eu digo que não tenho medo, que honro com os meus preceitos profissionais, que cumpro com o juramento da minha profissão e como comunicadora social tenho a obrigação de não me calar", afirma.

Segunda vez

Fontana assumiu o cargo em outubro de 2016, após o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), exonerar Severino José Folador por enviar mensagens de áudio ameaçando um jornalista da Central Gazeta do Notícias, de Cascavel.
No áudio, enviado por mensagem à direção da empresa, ele prometia matar o profissional. O motivo foi uma reportagem sobre a apreensão de material de campanha política na cidade.
"Vou cortar sua língua fora, seu filho da p*..., seu vagabundo, sem vergonha. Você não é homem, rapaz. Tá achando que eu sou o quê? Algum moleque? Eu vou cortar teu pescoço fora, seu filho de uma p*..., eu vou te matar seu filho de uma p*..., vagabundo, sem vergonha", ameaçou Severino Folafor.

Repúdio

O Sindijor-PR trata Fontana como "homem de confiança do governador Beto Richa no oesto do Paraná". Para o sindicato, "ao insultar a jornalista no desempenho de suas funções, o representante do governo foge da conduta de civilidade e do tratamento respeitoso à imprensa que são requisistos imprescindíveis a quem ocupa um cargo público, mesmo em circunstâncias adversas."
A ameça, conforme o sindicato da categoria, representou "grave violação ao direito à informação e impedimento do exercício da profissão e liberdade de imprensa, passível de punição".
"O episódio merece repulsa não somente do representante legal da categoria dos jornalistas, mas de toda a sociedade consciente do papel da imprensa de cobrar a necessidade de eficiência e transparência na administração pública. O Sindijor-PR espera que o governo do estado tome providências em relação à ameaça de seu representante", conclui a nota.

FONTE - G1 PARANA

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