LONDRINA - MP vai cobrar ação urgente da Prefeitura nas estradas rurais
Cerca de 40 agricultores e
moradores de distritos e patrimônios de Londrina participaram de
reunião hoje (dia 1º) à tarde na sede do Ministério Público e pediram
apoio para pressionar a Prefeitura a consertar as estradas rurais, a
grande maioria em péssimas condições e praticamente intransitáveis. O
promotor de Direitos Constitucionais, Paulo César Tavares, vai
encaminhar documento ao prefeito Marcelo Belinati cobrando solução
urgente.
Os produtores relataram
problemas como dificuldade de escoar a produção, prejuízos financeiros,
perda de receita para o Município, pessoas sem poder chegar ao trabalho,
crianças sem aulas por falta de transporte escolar, idosos e pessoas
doentes sem acesso à saúde e riscos de acidentes. Tudo porque as
estradas rurais estão bastante deterioradas e não oferecem as mínimas
condições de tráfego.
Segundo disseram, de 890
quilômetros de estradas rurais no Município de Londrina, 645 km não têm
asfalto. “A Prefeitura precisa fazer um trabalho urgente de recuperação.
Como não tem maquinário nem pessoal, a alternativa é contratar
emergencialmente o serviço de moledamento e depois seguir com a
conservação. Os produtores pagam tributos para a Prefeitura, como o
Imposto Territorial Rural (ITR), que deveria ser destinado para
consertar e manter as estradas”, destacou o deputado estadual Tercilio
Turini, que participou da reunião a convite dos produtores.
Um morador de Lerroville
citou que no mês de outubro as crianças tiveram apenas nove dias de
atividades escolares porque, sem transporte, não conseguiram chegar até a
escola. Outro produtor contou que financiou cerca de R$ 1 milhão para
montar aviário e está inadimplente porque não consegue receber ração e
engordar as aves para entregar aos frigoríficos de frango. Também foi
ressaltado que muitas pessoas encontram-se paradas, sem trabalhar e sem
renda.
O agricultor André
Rambalducci disse que pela primeira vez a produção foi entregue em
Arapongas porque as estradas daquele município permitem o transporte e
escoamento da safra. “Nossa família tem propriedade em São Luiz há 40
anos e isso nunca tinha acontecido, levarmos a produção para outro
município”, afirmou. “O pior de tudo é que a Prefeitura recebeu algumas
máquinas novas do governo do Estado, que há meses permanecem paradas no
Iapar porque problemas burocráticos impedem que sejam usadas no conserto
das estradas”, enfatizou o produtor Brigílio Marcos.
O promotor Paulo Tavares
disse estar “perplexo com os relatos” e considerou “gravíssima” a
situação. Pediu a união dos produtores e envolvimento de entidades
rurais, empresas do agronegócio, cooperativas e órgãos públicos para
buscar uma solução. “O Ministério Público é um aliado e vai se dedicar
ao problema, mas sozinho não conseguirá avançar”, alertou.
Depois de receber a
resposta da Prefeitura sobre questionamentos que serão feitos, o
Ministério Público vai convocar representantes das secretarias de
Agricultura, Obras, Educação e Saúde, Sociedade Rural, Sindicato Rural,
cooperativas, empresas do agronegócio, Polícia Militar e também o
prefeito Marcelo Belinati para uma nova reunião. “A situação não pode
mais permanecer assim”, declarou o promotor Paulo Tavares.
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