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Seleção estreia e já pensa na nova geração

RIO - Dois nomes centralizam as atenções do futebol brasileiro: Neymar e Paulo Henrique Ganso, aos 19 e 21 anos, são as grandes estrelas da seleção na disputa do Copa América, na Argentina, que começa na sexta-feira. Beatriz, de 17 anos, e Thaís Guedes, de 18, tentam trilhar no futebol feminino os mesmos passos dos astros santistas.

Frank Augstein/AP
Frank Augstein/AP
Estrela. Marta, ao centro, faz alongamento em Mönchengladbach, onde a seleção estreia

Mesmo com a melhor jogadora do mundo na equipe - Marta -, o técnico Kleiton Lima aposta na dupla para a disputa da Copa do Mundo da Alemanha, que terá nesta quarta a estreia do Brasil, às 13h15, de Brasília, em Mönchengladbach, contra a Austrália.

Kleiton vê nas promissoras Bia e Thaís semelhanças com a dupla de ouro do Santos e conta com elas para conquistar o título inédito - foi vice em 2007.

"Não sei se elas vão fazer uma grande Copa, mas tenho certeza de que estão preparadas para fazer. São duas atletas com grande potencial", destaca Kleiton.

Segundo o treinador de 37 anos, a meia Bia tem ótima visão de jogo e um passe preciso. A atacante Thaís possui como principais características o drible fácil e a velocidade.

Tais habilidades ainda podem ser desenvolvidas e levá-las para o Mundial certamente vai contribuir para isso. Ao contrário de Ganso e Neymar na seleção de Mano Menezes, elas não terão a pressão de serem as protagonistas, ainda mais em uma equipe que conta com Marta, a melhor do mundo por cinco vezes.

"Não dá para pegar uma menina como a Thaisinha e dizer: "Se vira aí". Temos jogadoras com três Copas, como a Formiga. Conto com as mais experientes para ajudá-las", relata Kleiton. "A cada jogo veremos como elas podem contribuir. Terei cuidado para julgar o momento propício para a entrada delas."

Entrosamento não vai faltar. As duas jogam no Bangu, depois de passarem 2010 também lado a lado no Santos, onde aprenderam a ter Neymar e Ganso como modelos. E desde os 13 anos estão nas seleções de base do País: Thaís veio do Juventus e Bia foi descoberta na Ferroviária.

Juntas, disputaram duas Copas na categoria sub-17, mas sabem que o nível agora é outro. "A Copa do Mundo adulta é totalmente diferente. As meninas nos falam sobre os estádios lotados, sobre como a cobrança é grande. Esperamos dar nosso melhor", conta Bia.

Ambas confessam estar ansiosas pela estreia e esperam ter uma oportunidade já contra a Austrália, esta tarde. Para Bia e Thaís, além do título, está em jogo o futuro. Viver do futebol feminino ainda é um desafio no Brasil e brilhar em terras estrangeiras pode ser a chave para a tranquilidade financeira.

"Com certeza esperamos que a Copa abra as portas para jogar fora do Brasil, onde o futebol feminino é mais valorizado", diz Bia. "O futebol é nosso ganha-pão. Não é o que esses jogadores ganham, salários milionários, mas dá para sobreviver", compara Thaís.

A equipe brasileira deve jogar com: Andréia Suntaque; Erika, Daiane Rodrigues (Renata Costa), Aline Pellegrino e Ester; Formiga, Rosana (Maurine), Fabiana e Beatriz; Marta e Cristiane. O juiz sueco Jenny Palmqvist dirige o jogo no Borussia Park.

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