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O Brasil precisa tutelar também o ambiente virtual, defende perito criminal




"O governo brasileiro esta prevendo a tutela dos ambientes internos e externos dos estádios, porém esquecendo da tutela do ambiente virtual. Na minha opinião o ambiente virtual é o maior, mais sensível e desprotegido".
A declaração é do Perito Criminal da Polícia Científica do Paraná, Luiz Rodrigo Grochocki, que acompanhou nesta quinta-feira (17), o seminário da Comissão Especial do Marco Civil da Internet, na Assembleia Legislativa do Paraná.
"Outro ponto interessante de ser analisado diz respeito a preparação do poder público para atender a legislação de internet", completou Grochocki, em correspondência ao deputado João Arruda, presidente da Comissão Especial.
Leia a seguir a íntegra da correspondência:
"Prezado Dep. João Arruda, boa tarde. Gostaria de parabenizar pela brilhante condução dos debates do Marco Civil da Internet.
Achei muito pertinente a fala da Dra. Patricia Peck (foto), em especial quando alertou sobre a importância do ambiente virtual na COPA 2014.
No último Encontro Técnico de Gestores de Educação das Instituições de Perícia para as Ações de Capacitação para a Copa do Mundo de 2014 realizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP, em Brasília, ficou decidido por unanimidade dos estados participantes, que a Informática Forense era primordial para a segurança pública e que esta permeia todas as áreas de Perícia.
Bem como, alertou-se sobre a visão simplista de dividir os ambientes tutelados na Copa 2014 em "Dentro do Estádio" e "Fora do Estádio". Esta visão simplista deixa de lado um dos ambientes mais populosos e importantes que é o "Ambiente Virtual". Ressaltou-se não só a importância do tema para a perícia, mas para a segurança pública como um todo.
O governo brasileiro esta prevendo a tutela dos ambientes internos e externos dos estádios, porém esquecendo da tutela do ambiente virtual. Na minha opinião o ambiente virtual é o maior, mais sensível e desprotegido.
Outro ponto interessante de ser analisado diz respeito a preparação do poder público para atender a legislação de internet. Conforme comentário da Dra. Patrícia Peck, o operador do direito digital depende de prova técnica. Ou seja, depende da prova pericial, hoje deficiente em todos os estados.
Por exemplo, o Paraná tem um passivo de cerca de 7500 (sete mil e quinhentos) materiais para exame, e conta atualmente com apenas 8 peritos criminais para atender todo o território. Existe somente uma delegacia especializada, e a maioria dos agentes de segurança pública não são treinados para atender prontamente a casos que envolvam tecnologia.
Há quem possa dizer que os crimes de digitais são de competência da Polícia Federal, o que não retrata a realidade. Sabemos que a grande maioria dos crimes são de competência da Justiça Estadual, e ainda que a população nem sabe onde fica a Delegacia da Polícia Federal."


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