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Internações de motociclistas crescem mais de 265% no PR

O número de motociclistas internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devido a acidentes de trânsito cresceu 265% no Paraná em quatro anos. O total de acidentados subiu de 877 em 2008 para 3.199 no ano passado. Consequentemente, o montante de dinheiro público gasto no tratamento dessas vítimas também aumentou. Saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 5 milhões no mesmo período - um aumento de 357%. Os dados fazem parte de um levantamento do Ministério da Saúde com base nas internações por acidentes de trânsito que constam no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH). Em todo o Brasil, a quantidade de acidentes envolvendo motos cresceu 95,7% (de 39,4 mil para 77,1 mil) e o custo das internações subiu 113% (de R$ 45 milhões para R$ 96 milhões). A pesquisa indica ainda que os homens são as maiores vítimas e, em 2010, representaram 89% das mortes de motociclistas. Para Deborah Malta, diretora de Análise de Situação em Saúde do Ministério da Saúde, esse crescimento já era esperado, principalmente por causa do aumento na frota de motocicletas do País. Ela destaca que, segundo os dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em uma década o número de motos circulando no País subiu 500%. Ela aponta ainda que o aprimoramento da coleta e qualificação das informações permite o desenvolvimento de políticas públicas pontuais mais eficientes. ''O número de acidentes com pedestres e automóveis vem apresentando estabilidade e até queda. Então temos de pensar novas ações para que o resultado em relação aos motociclistas seja o mesmo'', completa Deborah. Para Vinicíus Augusto Filipak, diretor de Políticas de Urgência e Emergência da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o número de acidentados é ainda maior, uma vez que a pesquisa não levou em conta os motociclistas atendidos pela rede privada. Segundo ele, 30% das vítimas são socorridas em hospitais particulares e os 70% restantes são encaminhados para a rede pública. ''Estamos vivendo um surto de acidentes envolvendo motociclistas e isto é muito preocupante. A cada ano observamos o crescimento da frota e, consequentemente, a quantidade de ocorrências aumenta. E a moto não é utilizada somente como veículo de transporte, mas como instrumento de trabalho para motofretistas e mototaxistas, em todo o Estado'', ressalta. Filipak alerta que os desastres envolvendo motociclistas não ocorrem somente nas grandes cidades, como Curitiba, Londrina e Maringá. ''Como hoje está muito fácil comprar uma motocicleta com as diversas promoções e parcelamentos, muita gente tem acesso ao veículo. E nas cidades pequenas, por pensarem que não há risco num trânsito menor, os motociclistas acabam cometendo mais infrações e se envolvendo em acidentes da mesma maneira'', explica. O uso de álcool e de outras drogas entre os jovens também é apontado por Filipak como fator crítico para a ocorrência de acidentes que resultem em feridos graves e até mortes. ''Por mais que o motociclista não esteja em alta velocidade, o ferimento causado em uma colisão é preocupante porque não há proteção como num automóvel. O motociclista está com o corpo livre, desprotegido, sem cinto de segurança, por exemplo. E os capacetes protegem até certo ponto, se a colisão não ocorrer em alta velocidade.''

fonte - folha web

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