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Eleição muda cenário em cidade na região de Londrina


do bonde
Quem chega a Florestópolis, município a 70 km de Londrina, fica admirado com o "cenário" atual da cidade. O município, com cerca de 11 mil habitantes e 9.904 eleitores, foi tomado por bandeiras azuis e amarelas desde o início da campanha eleitoral. As bandeiras hasteadas em um bambu sinalizam a preferência dos moradores.

Daiane Hamada


No Tribunal Regional Eleitoral (TRE) não há nenhuma pesquisa registrada para a eleição na cidade, e nem precisa, bastar olhar para cima e ver em quem cada um dos moradores irá votar. A bandeira azul identifica o atual prefeito e candidato, Onício de Souza, o Nicinho (DEM). Já a amarela, o adversário, Nelson Junior (PSB), filho de um ex-prefeito que administrou a cidade por duas vezes. Bandeiras brancas e vermelhas também são notadas em pouca quantidade na cidade, uma antes do material do atual prefeiro ganhar a cor definitiva e a outra de um candidato a vereador.

A situação inusitada começou graças ao baixo custo das bandeiras. Sem muito dinheiro para a campanha, essa foi a opção mais barata encontrada pelos candidatos para chamar atenção.

Marlene dos Santos Honorato


O candidato Nelson Junior disse que desde o começo da corrida eleitoral optou pela ideia. "Cada bandeira não chega a custar R$ 5. Foi por pura necessidade. Não tínhamos dinheiro para divulgar nosso material de campanha então passamos a colocar as bandeiras nas casas dos eleitores".

Ayrton Capassi, da campanha de Nicinho, admite que a iniciativa partiu do candidato adversário, e como era economicamente mais viável, eles também adotaram. "Nós estávamos colocando placas. Eles realmente que começaram com isso, colocando na altura das casas. Aí virou uma competição até chegar como está, com o mastro de bambu e a bandeira bem alta".

A ideia caiu no gosto popular e em pouco tempo a cidade foi tomada pelo mar de bandeiras. Os dois esclarecem que é a própria população quem vai atrás para colocar o material em casa. Para confirmar isso, tanto Nelson Junior quanto Capassi ressaltam como é a eleição na cidade.

"A política aqui em Florestópolis é bastante acirrada. O trem é quente. O pessoal participa mesmo", disse o candidato do PSB. "Aqui a coisa é ferrenha. O pessoal vai atrás e quer colocar as bandeiras em casa, faz questão de mostrar em quem vai votar. É como se fosse uma disputa entre duas torcidas de futebol", reforçou Capassi.

Daiane Hamada


O engajamento da população também chama a atenção do Fórum da Justiça Eleitoral de Porecatu, responsável pela 65ª Zona Eleitoral, da qual faz parte Florestópolis. "É uma população bastante politizada e uma situação bem diferente", comentou o chefe de Cartório Eleitoral, Marco Antônio Soares de Pinho.

O caso é tão curioso que não se encaixa nas regras de materiais impressos para campanha, já que as bandeiras são confeccionadas pelos próprios eleitores ou candidatos. "A inserção de tiragem e CNPJ nos materiais é apenas em propaganda impressa. Esse é um caso inédito", comentou Pinho.

O chefe de Cartório disse ainda que até o momento nenhuma irregularidade foi constatada nas campanhas e que o Fórum Eleitoral não recebeu nenhuma denúncia contra as bandeiras. "Não se sabe se eles estão distribuindo ou se as pessoas estão fazendo, mas não houve nenhuma denúncia. Caso isso aconteça o juiz eleitoral vai analisar a situação".

Daiane Hamada

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