PAULISTAS GOLEIAM CARIOCAS, NAS CONTRATAÇÕES.
Ao menos neste começo de ano, o
placar das contratações mostra uma goleada. Enquanto os quatro grandes de São
Paulo anunciam contratações no atacado e recheadas de nomes estelares, os
principais times do Rio se reforçam a conta gotas e, até agora, basicamente com
jogadores pouco conhecidos.
Entre contratações, empréstimos e
jogadores que estão voltando, os paulistas trouxeram, até agora, 17 caras
novas. Com exceção do Palmeiras, que acabou de cair para a Série B do
Campeonato Brasileiro, todos têm grandes astros liderando suas tropas: o argentino
Montillo irá se juntar a Neymar e companhia no Santos. Alexandre Pato e Renato
Augusto agora também fazem parte do bando de loucos do Corinthians. E o São
Paulo levou o pentacampeão Lúcio para ser o xerife da zaga.
Do outro lado da Via Dutra, a realidade
é bem mais modesta. Com as receitas bloqueadas, os clubes do Rio não têm
condições de aumentar a folha salarial ou fazer grandes aquisições.
— Ficou bem claro que os clubes de
São Paulo sabem aproveitar mais o dinheiro que recebem e sofrem menos com as
dívidas — conta Amir Somoggi, especialista em estudos de administração e
auditoria esportiva.
As cifras ajudam a entender o abismo
que se forma. Somadas, as dívidas dos quatro cariocas chegam a R$ 1,7 bilhão.
Já a dos quatro paulistas é de R$ 789 milhões, o que os permite aproveitar
melhor as receitas.
Além do maior poderio financeiro, os
paulistas tiveram faro para encontrar boas oportunidades. O São Paulo, por
exemplo, buscou jogadores que estavam sem contrato e, com isso, gastou muito
pouco dos R$ 87 milhões que ganhou pela venda de Lucas ao PSG, da França. O
dinheiro será usado para trazer o chileno Vargas.
Até a exceção sofre
O Fluminense pode ser considerado a
exceção carioca. Embora também tenha apresentado poucos reforços no início do
ano, o clube das Laranjeiras tem o argumento de que, ao contrário da maior
parte dos times de futebol no país, já tem um time de alto nível formado.
— O nosso elenco é campeão
brasileiro. Não estamos competindo para ver quem contrata mais ou menos. É
claro que, se identificarmos uma boa oportunidade, iremos ao mercado, mas
manter esse elenco já é difícil — afirmou o diretor de futebol Rodrigo Caetano,
lembrando ainda que, quando se contrata um jogador, gasta-se com sua aquisição
muitas vezes ao longo de meses, já que os custos são parcelados: — Quando você
traz um jogador, a despesa financeira não se encerra. Na verdade, ela se
inicia. Hoje, o Fluminense ainda tem compromissos a honrar das aquisições da
temporada 2012.
O Tricolor, no entanto, sofre do
mesmo mal que seus rivais cariocas: as finanças combalidas. O clube teve, no
mês passado, R$ 4,2 milhões bloqueados pela Procuradoria Geral da Fazenda
Nacional, e acabou atrasando o salário de novembro de seus funcionários e
jogadores.
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