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ARMADILHAS FATAIS, IGUAIS ÀS DE SANTA MARIA, NO BRASIL TODO.



do blog do jj
Nada que se escreva,  mostre ou fale consegue consegue exprimir a barbaridade, a comoção e o sofrimento da morte de mais de 230 jovens no incêndio da Boite Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, na madrugada deste domingo. Uma conjunção de irresponsabilidades causou a morte de tantos, a dor em suas famílias e a emoção nacional e internacional. Primeiro, creio, foi o uso absurdo de um sinalizador dentro do ambiente da boite, que leva ao segundo fator crítico: o revestimento acústico altamente inflamável. Decisivo foi também haver uma só saída na Kiss (que era também a entrada). Sem saídas de emergência, a aglomeração e o tumulto causados pelo pânico foi fatal (com o agravamento da atitude de impedir a saída das pessoas, pelos seguranças da casa, que exigiam o pagamento das  contas para deixar sair). Também foi grave haver mais de 1.500 pessoas, num ambiente com capacidade para 500, assim como a permissão de funcionamento da casa com alvará vencido.
Nada trará de volta tantos jovens mortos. Nem a severa punição de todos os culpados desta tragédia. Resta orar pelos falecidos e ofertar conforto às suas famílias e amigos, com atitudes severas das autoridades municipais, estaduais e federais, em todo o Brasil, para que estes trágicos eventos nunca mais ocorram.
Ideias são muitas e há experiências anteriores no mundo sobre como evitar que isso se repita. Nos Estados Unidos, por exemplo, casas noturnas e de eventos não funcionam sem alvarás, que exigem uma série de providências de segurança. Casas que recebem mais de 200 pessoas, por exemplo, têm que possuir brigadas de incêndio treinadas e equipamentos testados cotidianamente. Diversas saídas de emergência são obrigatórias, assim como o uso de sprinklers (espargidores de água, em caso de incêndio) no teto, colocados de forma tecnicamente aprovada (como é nos hotéis).
Punir os culpados e responsáveis por esta tragédia é fundamental, como exemplo, mas é muito mais importante, agora, prevenir futuras situações de risco de morte nas casas noturnas e de espetáculos (e mesmo em shows, bufês,  restaurantes e clubes que recebem grandes públicos) que são verdadeiras armadilhas fatais.
Não há como não ficar comovido com o que aconteceu em Santa Maria e a nossa comoção deve ser transformada em indignação e cobrança das autoridades públicas e dos empresários destes setores de entretenimento, para acabar com estas verdadeiras armadilhas nas quais nossos filhos e netos, e nós mesmos, entramos inocentemente, confiando na segurança que a casa deveria oferecer – mas não oferece.
Armadilhas fatais nunca mais!

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