Brasil aumenta 190% o consumo de agrotóxicos
Cheida faz alerta sobre o aumento do consumo de agrotóxicos
Gabriela Siqueira
Assessoria de Imprensa
imprensa@cheida.com.br
(41) 3350-4088 / (41) 9174-9726
Em pronunciamento na sessão plenária desta terça-feira (5), o
deputado Luiz Eduardo Cheida (PMDB) comentou o aumento do consumo de
agrotóxicos. Segundo um dossiê da Associação Brasileira de Saúde
Coletiva (Abrasco), enquanto o mercado mundial de agrotóxicos cresceu
93% nos últimos dez anos, o brasileiro cresceu 190%. “De que adianta
levantarmos a taça de maior produtor de grãos se continuamos enchendo
nossas lavouras de veneno?”, indagou o deputado, que é presidente da
Comissão de Ecologia e Meio Ambiente na Assembleia Legislativa do
Paraná. “A Organização Mundial de Saúde espera que o Paraná tenha dois
novos casos de câncer por minuto este ano e boa parte desses casos está
relacionada ao consumo excessivo de venenos. Isso é uma epidemia e
precisa ser enfrentada”, convocou.
Segundo o
levantamento, um terço dos alimentos brasileiros está contaminado. Maior
consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2008, o país plantou 71
milhões de hectares de lavouras em 2011, com cerca de 853 milhões de
litros de agrotóxicos pulverizados. Isso significa que cada brasileiro
ingeriu 4,5 litros de veneno em um ano.
Dos
alimentos analisados durante as pesquisas, 63% das amostras apresentaram
contaminação: 28% tem ingredientes não-autorizados para aquele cultivo
ou acima do permitido e 35% dentro do permitido. No Brasil, 400 tipos de
agrotóxicos são permitidos, vários deles proibidos em outros países.
“Isso confirma que o Brasil está atrasado em relação ao controle de
agrotóxicos e pior que isso: a nossa legislação está cada vez mais
permissiva”, lamentou Cheida.
O relatório
também apontou a contaminação da água e da chuva: em Lucas do Rio Verde
(MT), por exemplo, foram encontrados agrotóxicos em 83% dos poços de
água potável das escolas, em 56% das amostras de chuva e em 25% das
amostras de ar. Além disso, todas as amostras de leite materno estavam
contaminadas.
O estudo ainda mostrou que
aumentaram as intoxicações agudas por agrotóxico: foram 2.071 em 2007 e
3.466 em 2011 – ou seja, um aumento de 68,3%. Em 2009, o Ministério da
Saúde registrou 188 mortes em decorrência de intoxicação por agrotóxico.
Em
sua conclusão, o dossiê da Abrasco sugere uma série de medidas para
diminuir o impacto dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente. Cheida
concorda com as propostas: “O Brasil precisa elaborar um plano nacional
para enfrentar o problema e tomar medidas como o banimento de
agrotóxicos proibidos em outros países, a proibição da pulverização
aérea, o fim de isenções fiscais para compra de agrotóxicos, o fim do
crédito para agrotóxicos e a reavaliação dos agrotóxicos autorizados;
fiscalização das condições de trabalho das populações expostas e dos
danos ao meio ambiente”.
Legislação no Paraná
O
deputado Cheida trabalha para minimizar os efeitos dos produtos
químicos e incentivar o consumo dos alimentos orgânicos. Ele é autor de
uma série de projetos de lei nesse sentido, como o projeto de lei
655/11, que determina a inspeção periódica dos pulverizadores que lançam
agrotóxicos nas culturas agrícolas paranaenses, e o 651/12, que proíbe a
pulverização aérea.
Cheida também é o autor de
duas lei sancionadas no mês passado: a 17477/13, que determina que os
produtos orgânicos ganhem espaço de visibilidade privilegiado nos
supermercados e hipermercados, e a 17476/13, que isenta de punições as
pessoas que têm sob guarda agrotóxicos proibidos pela legislação
brasileira, como o Hexaclorobenzeno (BHC), desde que apresentem o
material para o governo. O parlamentar ainda criou a Lei da Merenda
Escolar Orgânica (16751/10), que determina que os alimentos fornecidos
nas escolas e colégios da rede pública não poderão mais conter
agrotóxicos em toda a cadeia produtiva de todos os seus itens e
componentes.
Gabriela Siqueira
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