Na penitenciária, adolescentes se tornam criminosos profissionais, diz João Arruda
O deputado federal João
Arruda (PMDB-PR) voltou a defender, nesta segunda-feira (6), muita serenidade e
uma discussão sem ranço dos projetos de lei, em tramitação no Congresso
Nacional, que reduzem a maioridade penal no Brasil. O debate retornou com força
nas últimas semanas, após o assassinato de um universitário em São Paulo,
praticado por um adolescente três dias antes de completar 18 anos.
"Nós precisamos também
entender que na penitenciária, este jovem que não teve instrução, orientação e
viveu em ambiente de violência familiar, se torna um bandido profissional, um
chefe de quadrilha", disse João Arruda. O deputado foi o entrevistado de
Toni Casagrande no programa Voz, que foi ao ar às 11h pela TVCI, canal 14 de
Curitiba.
Segundo João Arruda, é
necessário aumentar o rigor nas penas de adultos que utilizam adolescentes para
cometer crimes. "Nós sabemos que o sistema carcerário hoje, isto foi dito
pelo ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo), nos dá insegurança em fazer
esta discussão na Câmara por que foi o Governo Federal que nos disse, o sistema
hoje não é bom", recordou.
"Sabemos que dentro da
penitenciária o jovem chega e procura proteção, até porque ele é espancado e
estuprado nos primeiros dias e ele busca proteção dos chefes de quadrilhas, que
orientam estes jovens a se tornar um chefe de quadrilha quando sair da prisão.
E é isto que não pode acontecer, temos de recuperar dentro da penitenciária",
frisou.
João Arruda afirmou ainda
que é necessário discutir o sistema prisional como um todo. "É preciso
que, dentro da prisão, estas pessoas possam se capacitar, se qualificar e assim
tenham alguma perspectiva de uma segunda chance depois que sair da prisão. Sem
isso, não vamos conseguir resolver o problema da violência no país".
Internet livre
Ao comentar o projeto do
Marco Civil Internet, do qual é presidente da comissão especial na Câmara, João
Arruda voltou a defender a liberdade na rede. "Esta regulamentação é
exatamente a proteção do usuário, por que hoje somos reféns as empresas de
telecomunicações do país".
"São elas que oferecem
serviço de internet. Elas consideram que a internet é um produto comercial,
privado. Nós não. Achamos que é um espaço público em que a liberdade precisa
ser mantida, que a privacidade precisa ser preservada, que o direito do usuário
tem que ser igual para todo mundo", afirmou.
João Arruda destacou que
hoje, no telefone celular, o mais pobre paga mais por minuto usado, do que os
mais ricos. "A internet tem que ser livre, para interação, para todos.
Temos que acessar tudo pelo preço pago por mega. Quero exigir no Marco Civil da
Internet que o preço seja igual para todos", completou o deputado.
A entrevista está no www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=IxzQljYoVM4
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