Discussão sobre Marco Civil da Internet precisa avançar e acontecer no Plenário
As discussões sobre o
projeto de lei 2126/2011, que cria o Marco Civil da Internet, precisam avançar
e acontecer no Plenário da Câmara. A avaliação é do deputado federal João
Arruda (PMDB-PR), que foi presidente da Comissão Especial criada para analisar a
proposta, espécie de legislação virtual que vai regulamentar o uso da rede no
país. A questão será debatida novamente em audiência na Comissão de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI).
O relatório final do Marco
Civil da Internet está concluído há um ano, mas esbarra em pelo menos dois
pontos: a proteção à privacidade do internauta e a garantia da neutralidade de
rede. Este último trata do princípio segundo o qual os provedores de conexão
devem tratar todos os dados de forma igual, não podendo privilegiar
determinados sites ou conteúdos em detrimento de outros.
A
necessidade de aprovar a legislação ganhou força após as denúncias feitas por
um ex-agente norte-americano, de que os Estados Unidos vigiam diariamente
milhões de mensagens eletrônicas no país. Na última o ministro das
Comunicações, Paulo Bernardo, informou que orientou a Casa Civil para pedir
agilidade na votação no Congresso.
João Arruda lembra que o
Brasil tem mais de 80 milhões de pessoas que usam a internet diariamente. “E
isso ocorre sem nenhuma proteção legal, por isto defendo a necessidade de
aprovação do Marco Civil, uma garantia legal de segurança na rede”, afirmou.
Em relação à audiência
aprovada pela CCTCI, mas ainda sem data definida, o deputado lembra que o
debate é bastante salutar, principalmente para sanar as dúvidas dos
parlamentares. “Este projeto, que é bastante técnico, já foi muito discutido
dentro e fora da Câmara, em pelo menos sete audiências, inclusive nos estados,
com participação de todos os setores envolvidos”, informou João Arruda, que é
membro titular da Comissão.
Para a audiência, convocada
pelos deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), serão
convidados o relator do projeto, Alessandro Molon (PT-RJ), representantes do
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), do Fórum Nacional pela
Democratização da Comunicação (FNDC), da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel), do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel
Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), da Associação Brasileira de Internet
(Abranet) e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).