Setor sucroalcooleiro reivindica mais apoio
Encontro em Maringá debate soluções para afastar a crise; impostos e recuperação da cadeia produtiva estão na pauta

Na primeira quinzena de
setembro, o Centro-Sul do País alcançou a marca de 42,84 milhões de
toneladas de cana-de-açúcar produzidas
Especificamente no Paraná, o presidente da Alcopar frisa que além dos altos impostos, o clima e os custos de produção não têm ajudado no processo de recuperação da cadeia produtiva. Segundo ele, o frio intenso que atingiu as lavouras e a estiagem que ocorreu durante o último verão fizeram com que a produtividade paranaense reduzisse 20% em comparação à safra passada. Tranin, que participou ontem da primeira etapa do Fórum Nacional do Agronegócio, em Maringá, apresentou a um público de 500 participantes os problemas vividos pelo setor.
Ele observa que os custos dos defensivos agrícolas e dos fertilizantes pesaram no valor do etanol. Segundo ele, o custo de produção do combustível chega a R$ 1,30 o litro, enquanto as usinas comercializam a R$ 1,10 o litro.
No mercado de açúcar, o aumento da oferta mundial e a elevação nos custos de produção têm prejudicado o rendimento setor. Dados da Alcopar apontam que hoje a média de preço do açúcar está em torno de US$ 0,16 por libra/peso. "Quando o mercado estava no auge de preço, comercializávamos a US$ 0,40 por libra/peso. Já fizemos várias reivindicações no governo federal para reverter o atual quadro", salienta Tranin.
Luiz Carlos Correia de Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), destaca que é necessário que o governo crie políticas públicas para fomentar o setor sucroenergético. Segundo ele, o impacto da desoneração do PIS/Confins foi muito pequeno. "Temos uma defasagem de preço muito grande. Além disso, os impostos cobrados pelos estados também são altos", lamenta Carvalho. Ele destaca que a Cide, imposto que incide sobre os combustíveis, deveria ser reduzido.
Produção
Segundo dados da Alcopar, o Paraná deve produzir neste ano 40 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, contra 39,6 milhões de toneladas registradas na safra passada. Ao todo, o Estado possui 600 mil hectares de área plantada, 10 mil hectares a mais do que em relação a 2012.
De acordo com o último levantamento efetuado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), na primeira quinzena de setembro, o Centro-Sul do País alcançou a marca de 42,84 milhões de toneladas produzidas, alta de 2,09% se comparado ao mesmo período do ano passado.
No acumulado desde o início da atual safra até o dia 16 de setembro, a moagem somou 406,26 milhões de toneladas no Centro-Sul, um incremento de 16,21% se comparado ao mesmo período do ano passado. Contudo, segundo informações da entidade, essa quantia permanece abaixo dos 417,65 milhões de toneladas verificados neste mesmo período da safra 2010/11, ocasião em que as usinas localizadas na região processaram 556,95 milhões de toneladas ao final daquela safra.