Secretário municipal é preso por vender ovos de programa social
Produtores pagavam financiamento de ração com ovos de programa.
Secretário de Agricultura de Laranjeiras do Sul foi preso nesta quarta (2).
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O secretário de agricultura deLaranjeiras do Sul, na região central do Paraná, Ademir Severino Alves, foi preso em flagrante pelo crime de peculato na tarde desta quarta-feira (2), de acordo com a Polícia Civil. Alves é suspeito de vender ovos do Programa Avicultura Familiar (PAF), que tem o objetivo de incentivar agricultores familiares a criarem aves como um meio de complementação de renda. Conforme o Ministério Público do Paraná, as vendas eram feitas na sede da Secretaria de Agricultura do município. Segundo o promotor do Ministério Público do Paraná (MP-PR) responsável pelo caso, Danillo Nogueira, a investigação começou há cerca de duas semanas e foi iniciada após denúncias.
O Programa Avicultura Familiar é desenvolvido em Laranjeiras do Sul pela prefeitura em parceria com um instituto, que distribui 50 aves e ração para aproximadamente 35 agricultores familiares do município. Os produtores recebem gratuitamente os pintinhos e a assistência técnica. Em contrapartida, eles devem comprar a ração com a ajuda de um financiamento cedido pela prefeitura.
Conforme as investigações, em vez de receber o dinheiro dos produtores rurais para o pagamento do financiamento, o secretário aceitava os ovos das galinhas cedidas pelo programa. De acordo com o promotor, ele revendia ilegalmente o produto e não repassava a quantia obtida para o fundo que administra o financiamento.
Durante a operação, o MP apreendeu 178 ovos na sede da Secretaria de Agricultura, além de documentos referentes ao programa. A estimativa do MP é de que os produtores entregavam, por mês, cerca de 12 mil ovos ao órgão.Nogueira afirmou que a conta do fundo relacionada aos financiamentos de ração tinha apenas R$ 45 e não era movimentada desde janeiro deste ano. De acordo com Nogueira, a não movimentação da conta indica que o pagamento dos agricultores não era feito em dinheiro. promotor alegou que o secretário não apresentou guias de recolhimento que compravassem que o dinheiro arrecadado foi encaminhado para os cofres públicos municipais.
Nogueira contou ao G1 que a investigação do caso continua e que mais pessoas envolvidas do caso, incluindo os produtores, serão ouvidas. O promotor afirmou que o secretário continuará preso até que saia uma decisão judicial a respeito.
A reportagem tentou entrar em contato com o advogado do secretário, mas até a publicação desta reportagem, ele não havia sido localizado.