Desastres atingiram 92% dos municípios do PR
Nos últimos dez anos, 370 cidades foram atingidas por tempestades, deslizamentos e outras ocorrências

Em junho de 2012, Igapó transbordou e inundou a pista

Trecho da Rua Almeida Garrett foi reconstruído após temporais
Londrina - Nos últimos dez anos, 370 dos 399 municípios paranaenses (índice de 92,7%) foram atingidos pelos tipos mais comuns de desastres, segundo levantamento fornecido ontem pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Paraná à FOLHA. Os vendavais ou tempestades foram os eventos mais registrados no Estado de 1º de janeiro de 2002 a 9 de abril de 2013, com 940 ocorrências. A seguir vieram os desastres envolvendo extravasamento de produtos em meios de transporte: 684. Enxurradas ou inundações bruscas somam 457 ocorrências, aparecendo em terceiro lugar no ranking dos dez flagelos mais comuns, segundo a Defesa Civil.
No período pesquisado, os incidentes mataram 128 dos mais de 8 milhões de paranaenses afetados (8.069.506) e causaram um prejuízo de R$ 12,4 bilhões (R$ 12.434.911.240) aos cofres públicos. O número de desalojados e desabrigados chegou a 194.559. Na lista dos dez municípios com maior quantidade de desastres, Curitiba lidera, com 140 ocorrências, seguida de Paranaguá (97) e Araucária (94). Na região Norte, Maringá é a única "top ten", em sétimo lugar, com 70 incidentes.
Em Londrina, está na memória coletiva da população o temporal que deixou a cidade em estado de emergência no dia 15 de outubro de 2011. O Lago Igapó transbordou na altura da barragem, derrubando pontes e asfalto e expondo uma enxurrada de deficiências quanto à política pública no enfrentamento de fenômenos dessa natureza. Pela primeira vez em muitos anos, os londrinenses se depararam com um drama que foi muito além das costumeiras quedas de árvores e bueiros entupidos ocasionados em dias de chuva torrencial. Em junho, o Igapó voltou a transbordar após a um forte temporal.
A última grande ocorrência registrada na cidade foi em setembro do ano passado, quando um temporal com ventos que chegaram a 104 km/h afetaram mais de 200 mil moradores, incluindo alunos de 14 escolas da rede pública de ensino que ficaram sem aulas.
Essa situação tende a mudar, segundo espera o coordenador da Defesa Civil em Londrina e secretário de Defesa Social, coronel Rubens Guimarães. Ele disse que a administração municipal está elaborando um Plano de Contingências para atacar o problema de frente. O estudo, embora tardio, é mais do que necessário, frisou Guimarães. "Infelizmente, não se tinha a cultura desse tipo de enfrentamento em nossa cidade. Estamos montando o plano com levantamentos que estão sendo feitos pelo Corpo de Bombeiros e as secretarias diretamente envolvidas com ações desenvolvidas por conta desses desastres, como a Cohab, Obras e Meio Ambiente", afirmou. "Esse levantamento vai apontar quais as maiores demandas e ações preventivas e nos possibilitar ter uma maior dimensão de cada situação causada pelas chuvas para atuar em cima", prosseguiu. O secretário não quis estipular prazos para que o Plano seja de fato elaborado e saia do papel. "O prazo é o mais rápido possível. Vai depender dos levantamentos desses outros órgãos. A gente percebe que cada um tem sua forma específica de organização, então os dados ficam meio aleatórios. Queremos unificar as informações num banco de dados próprio para facilitar o controle e otimizar as ações", frisou.
ZONEAMENTO ECOLÓGICO
O Paraná também carece de um investimento mais efetivo para conter os recorrentes problemas de enchentes, inundações e deslizamentos que nos últimos anos afetaram principalmente as cidades do Litoral. A FOLHA questionou a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil sobre as ações desenvolvidas nos municípios atingidos pelos desastres e foi informada de que o órgão está desenvolvendo um trabalho em conjunto com o Instituto de Terras, Cartografia e Geociências e Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná (ITCG/Sema) para o Zoneamento Ecológico Econômico do Estado. O objetivo é "fazer uma análise dos desastres nos últimos dez anos no nosso estado" e gerar informações que possam mapear os planos de desenvolvimento.
folha de londrina
No período pesquisado, os incidentes mataram 128 dos mais de 8 milhões de paranaenses afetados (8.069.506) e causaram um prejuízo de R$ 12,4 bilhões (R$ 12.434.911.240) aos cofres públicos. O número de desalojados e desabrigados chegou a 194.559. Na lista dos dez municípios com maior quantidade de desastres, Curitiba lidera, com 140 ocorrências, seguida de Paranaguá (97) e Araucária (94). Na região Norte, Maringá é a única "top ten", em sétimo lugar, com 70 incidentes.
Em Londrina, está na memória coletiva da população o temporal que deixou a cidade em estado de emergência no dia 15 de outubro de 2011. O Lago Igapó transbordou na altura da barragem, derrubando pontes e asfalto e expondo uma enxurrada de deficiências quanto à política pública no enfrentamento de fenômenos dessa natureza. Pela primeira vez em muitos anos, os londrinenses se depararam com um drama que foi muito além das costumeiras quedas de árvores e bueiros entupidos ocasionados em dias de chuva torrencial. Em junho, o Igapó voltou a transbordar após a um forte temporal.
A última grande ocorrência registrada na cidade foi em setembro do ano passado, quando um temporal com ventos que chegaram a 104 km/h afetaram mais de 200 mil moradores, incluindo alunos de 14 escolas da rede pública de ensino que ficaram sem aulas.
Essa situação tende a mudar, segundo espera o coordenador da Defesa Civil em Londrina e secretário de Defesa Social, coronel Rubens Guimarães. Ele disse que a administração municipal está elaborando um Plano de Contingências para atacar o problema de frente. O estudo, embora tardio, é mais do que necessário, frisou Guimarães. "Infelizmente, não se tinha a cultura desse tipo de enfrentamento em nossa cidade. Estamos montando o plano com levantamentos que estão sendo feitos pelo Corpo de Bombeiros e as secretarias diretamente envolvidas com ações desenvolvidas por conta desses desastres, como a Cohab, Obras e Meio Ambiente", afirmou. "Esse levantamento vai apontar quais as maiores demandas e ações preventivas e nos possibilitar ter uma maior dimensão de cada situação causada pelas chuvas para atuar em cima", prosseguiu. O secretário não quis estipular prazos para que o Plano seja de fato elaborado e saia do papel. "O prazo é o mais rápido possível. Vai depender dos levantamentos desses outros órgãos. A gente percebe que cada um tem sua forma específica de organização, então os dados ficam meio aleatórios. Queremos unificar as informações num banco de dados próprio para facilitar o controle e otimizar as ações", frisou.
ZONEAMENTO ECOLÓGICO
O Paraná também carece de um investimento mais efetivo para conter os recorrentes problemas de enchentes, inundações e deslizamentos que nos últimos anos afetaram principalmente as cidades do Litoral. A FOLHA questionou a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil sobre as ações desenvolvidas nos municípios atingidos pelos desastres e foi informada de que o órgão está desenvolvendo um trabalho em conjunto com o Instituto de Terras, Cartografia e Geociências e Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná (ITCG/Sema) para o Zoneamento Ecológico Econômico do Estado. O objetivo é "fazer uma análise dos desastres nos últimos dez anos no nosso estado" e gerar informações que possam mapear os planos de desenvolvimento.
folha de londrina
Diego Prazeres- Reportagem Local