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AGRICULTURA - Área destinada para produção de canola reduz 50% no Paraná

Mesmo com diminuição, inverno mais ameno pode favorecer colheita da oleaginosa neste ano

Theo Marques/06-06-2014
Nesta temporada foram semeados 7,83 mil hectares com canola no Paraná
Com a perspectiva de um inverno menos rigoroso, a produção paranaense de canola nesta safra deve ser 44% maior se comparada à do mesmo período do ano passado, mesmo depois de uma redução de 50% na área plantada neste ciclo, para 7,83 mil hectares, em relação ao anterior. As sucessivas geadas que atingiram a região Sul do Estado, maior polo produtor da oleaginosa, desanimou os produtores a investirem na cultura nesta temporada, substituindo a canola por trigo e cevada.

Ao todo, o Estado deverá produzir no ciclo 2013/14 mais de 12,71 mil toneladas da oleaginosa, contra 8,84 mil toneladas registradas na safra anterior, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Até o momento, 86% da área destinada à cultura foi semeada, com expectativa de início de colheita em meados de agosto, devendo se intensificar a partir de setembro. Em rendimento, são esperados para esta safra 1.624 quilos por hectare, contra 813 quilos registrados na safra anterior.

Hugo Godinho, engenheiro agrônomo do Deral, lembra que os produtores paranaenses, principalmente os da região de Guarapuava (Sul), sofreram perdas significativas com as geadas do ano passado. O especialista observa que muitos agricultores se arrependeram de ter plantado canola nesse período. Por isso, explica ele, houve essa redução na área plantada. Godinho completa que o produtor da oleaginosa viu no inverno passado seus vizinhos ganharem muito dinheiro com trigo e cevada, enquanto levava prejuízos com a canola.

Em relação aos preços da cultura, nota-se uma estabilidade no valor da saca. Em 2013, por exemplo, o valor chegou em dezembro a R$ 68 a saca de 60 quilos, com média total do ano em R$ 63/sc, ante R$ 67,62/sc registrada em 2012 e R$ 44,40 em 2011.

Cultura
Mesmo com uma perspectiva de inverno ameno, Godinho não descarta o risco de geada. "O fenômeno sempre é um fator de preocupação", observa. O especialista do Deral salienta que a canola tem, aos poucos, se consolidado no Paraná, até porque tem sido uma boa alternativa de matéria-prima para a produção de biodiesel durante o inverno.

Godinho lembra que em 2008, por exemplo, a área plantada com canola não passava de 4 mil hectares. "O produtor está se acostumando a plantar esse tipo de cultura", frisa. Contudo, ele alerta que é uma atividade que requer muitos cuidados, principalmente em relação ao controle de pragas e doenças, já que a cultura é muito suscetível a algumas moléstias.

A canola é muito recomendada no inverno para fazer rotação de cultura, que pode, dependendo da região, substituir o trigo e o milho segunda safra. "As empresas estão tentando se encaixar nesse nicho de mercado", salienta o engenheiro do Deral.


Ricardo Maia
Reportagem Local-folha de londrina
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