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Agricultores do século 21 querem educação

Produtores têm buscado melhorar a competitividade de suas propriedades investindo em cursos superiores

Gina Mardones
Filho de agricultor, José Luis Pedrão buscou um curso superior para acompanhar a evolução do setor
O estereótipo daquele produtor rural sem instrução, com baixa capacitação técnica, averso à inovação, com conhecimento baseado somente no trabalho do dia a dia é coisa do passado. Com o advento de novas tecnologias incorporadas ao campo, o produtor brasileiro tem buscado na educação uma forma de transformar a sua maneira de trabalhar e de tornar a sua propriedade uma empresa altamente competitiva.

Para comemorar o Dia do Agricultor, celebrado em 28 de julho, a FOLHA discute o desenvolvimento do homem do campo que, além dos desafios que enfrenta num mercado cada vez mais acirrado, tem buscado novos caminhos para aumentar o seu potencial produtivo. Uma amostra de que o perfil do agricultor tem mudado é o aumento da procura dos produtores e seus herdeiros pelas universidades, com o objetivo de aprimorar o conhecimento teórico sobre ações que já são realizadas na prática.

Um exemplo é o interesse pelo curso de agronomia no Brasil. Só para se ter uma ideia do aumento na procura, em 2012 foram realizadas 60.485 matrículas em instituições públicas e privadas, contra 26.585 contabilizadas em 2002, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Ou seja, em dez anos o número de matrículas no curso de agronomia no Brasil cresceu 127,5%. Vale lembrar que não só produtores estão incluídos nesse total, há também filhos de agricultores e outros interessados na área, que podem ou não ter alguma relação direta com o setor.

Fábio Suano de Souza, coordenador do curso de Agronomia do Centro Universitário Filadélfia (Unifil), em Londrina, avalia que a procura pelo curso na instituição cresceu mais de 200% na última década. Muitos desses alunos, observa o coordenador, são produtores ou filhos de agricultores que vão à faculdade para buscar conhecimento e aprimorar o sistema produtivo.

Agricultor na região de Bela Vista do Paraíso (Norte), José Luis Pedrão está no segundo ano do curso de agronomia. Filho de agricultor, o jovem estudante e também produtor de grãos salienta que o homem do campo precisa acompanhar a evolução do setor e por isso foi em busca de um curso superior. Victor José Agassi, estudante do quarto ano de agronomia e produtor na região de Londrina, entrou na faculdade em busca de conhecimento para aprimorar o que já realiza no campo, onde cultiva grãos. Agassi reforça que "aprende muito" na universidade.
Ricardo Maia
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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