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Após férias coletivas, polo moveleiro volta a produzir


Sérgio Ranalli
A produção moveleira em todo o Paraná caiu 7,1% no período de janeiro a maio, segundo o IBGE
Aos poucos, o polo moveleiro de Arapongas volta a produzir normalmente. Devido à queda nas vendas de até 20%, praticamente todas as fábricas tiveram de conceder férias coletivas no mês passado. Segundo industriais do segmento, o ano não começou tão ruim. Mas, o mercado foi se desaquecendo já no primeiro trimestre, situação que piorou muito com a proximidade da Copa do Mundo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção moveleira em todo o Paraná caiu 7,1% no período de janeiro a maio. Já, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, foram fechados 180 postos de trabalho neste segmento, somente no município de Arapongas, de janeiro a junho. No mesmo período do ano passado, foram criados 305 empregos.

Os cortes na indústria de móveis de Arapongas, segundo o Caged, começaram em abril, quando foram subtraídas 142 vagas.

O presidente do Sindicato da Indústria Moveleira de Arapongas (Sima), Nelson Poliseli, diz que o mercado retraiu entre 15% e 20%. "A economia do País está muito ruim e a Copa ajudou a piorar", justifica. Apesar disso, ele se mostra otimista quanto ao segundo semestre. "Já percebemos melhoras em algumas empresas. Tradicionalmente, o segundo semestre é mais aquecido para a indústria moveleira", afirma.

Para o diretor da indústria Colibri, José Lopes Aquino, a Copa "redirecionou" o desejo de consumo das pessoas, principalmente em maio e junho. "Pouca gente pensou em comprar móveis nesses meses", conta. Ele também estima que a produção no polo de Arapongas tenha caído até 20%. "Fizemos um ajuste na nossa empresa no ano passado, com a aquisição de novos equipamentos. Então, neste ano, não demitimos. Mas tivemos de dar férias coletivas", afirma.

Aquino acredita na recuperação do mercado neste segundo semestre, mas afirma que, no final do ano, deverá haver retração de até 10% na comparação com 2013. "A expectativa no início de 2014 era de crescimento. Mas isso não vai acontecer", avisa. Segundo ele, o ritmo de produção na Colibri se estabilizou a partir do fim da Copa. "Estamos trabalhando em condições normais agora", declara.

Já o presidente da Caemmun, Irineu Munhoz, conta que começou o ano mais cauteloso. "Nosso segmento é bastante dependente do nível de crédito ao consumidor, pois atendemos as classes C e D, e o varejo sentiu os efeitos da alta dos juros e do endividamento da população em geral", justifica.

Além disso, de acordo com ele, os reflexos da Copa na economia eram uma "incógnita" para todos, fabricantes e varejistas. A empresa deu férias de 15 dias durante o Mundial. "Mesmo com essa conjuntura, nossa empresa conseguiu crescer em relação ao mesmo período de 2013. Temos uma expectativa muito positiva para o segundo semestre, acreditamos que os resultados virão", afirma.

Munhoz fala em crescimento "um pouco acima da inflação" neste ano. "Mas não será tão intenso quanto nos anos anteriores, pois haverá uma oferta superior em relação à demanda", declara.


Nelson Bortolin
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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