Arte no corpo
Mulheres vivem entre o preconceito e a admiração pelas tatuagens
Há quem acredite que as tatuagens são tão antigas quanto a própria humanidade. Com registros de desenhos pelo corpo desde a época do Egito Antigo, a técnica chegou a ser proibida pela igreja e ainda hoje causa polêmica. Algumas mulheres, porém, veem nos desenhos uma forma de expressão e não abrem mão das tatuagens. A advogada Maíra Tito, de 34 anos, é uma delas. Com doze desenhos espalhados pelo corpo, ela conta que começou a se tatuar aos 15 anos de idade e, desde então, não parou mais.
"Vejo a tatuagem como uma arte corporal", explica. Fã dos estilos oriental e old school, Maíra busca em artistas conhecidos a inspiração para novos desenhos. "Pesquiso em livros e sites. Procuro sempre algo que me interessa e sou fã dos desenhos do tatuador Sailor Jerry e do desenhista John Willie."
Mesmo trabalhando em uma área bastante formal, Maíra conta que nunca passou por situações desagradáveis por causa das tatuagens. Porém, admite que sente uma necessidade maior de demonstrar sua competência diante da desconfiança de alguns colegas. "Eu sinto às vezes que por ser mulher e ser toda tatuada eu tenho que demonstrar logo de cara que sou competente ou inteligente para quebrar a desconfiança das pessoas no trabalho", reflete.
Ainda assim, vê com animação o aumento de mulheres tatuadas no seu ramo de trabalho. "Tenho notado que tem crescido essa ala tatuada no meio jurídico", comemora. Mesmo sem sofrer preconceito, algumas situações curiosas marcam a carreira da advogada. "Quando eu trabalhei em Brasília, no Ministério de Desenvolvimento Social, sempre que fazíamos reunião uma senhora, militar reformada já, não tirava os olhos de mim. Ela não falava nada, mas não conseguia desviar o olhar", conta aos risos.
Nas ruas a mesma reação é quase inevitável. De acordo com Maíra, muita gente olha e pergunta sobre as tatuagens. "O que eu mais ouço é: 'quero fazer uma'. Mas não vejo ninguém me julgando. Acho que os olhares são mais de curiosidade", comenta.
Já a tatuadora Aimê Lima, de 21 anos, não tem a mesma sorte de Maíra. Segundo ela, algumas pessoas chegam a fazer comentários maldosos por causa das suas tatuagens. "Depende bastante do lugar em que estou, mas sempre escuto comentários tanto positivos quanto negativos. Infelizmente ultimamente tem sido mais maldosos."
Com 54 tatuagens em todo o corpo, Aimê conta que o que mais impressiona as pessoas são os desenhos do rosto. "Depois que eu fiz no rosto percebi que as tatuagens chocam mesmo. Mesmo quem já é tatuado fica um pouco chocado". Por outro lado, as tatuagens já ajudaram bastante Aimê, que se diz um pouco tímida. "Já fiz muitas amizades por causa das tatuagens. Tenho um pouco de dificuldade de me comunicar, de dar o primeiro passo e essa é uma forma de quebrar isso, de me aproximar das pessoas", analisa.
[local="20140711-1353"]
FOLHA DE LONDRINA
"Vejo a tatuagem como uma arte corporal", explica. Fã dos estilos oriental e old school, Maíra busca em artistas conhecidos a inspiração para novos desenhos. "Pesquiso em livros e sites. Procuro sempre algo que me interessa e sou fã dos desenhos do tatuador Sailor Jerry e do desenhista John Willie."
Mesmo trabalhando em uma área bastante formal, Maíra conta que nunca passou por situações desagradáveis por causa das tatuagens. Porém, admite que sente uma necessidade maior de demonstrar sua competência diante da desconfiança de alguns colegas. "Eu sinto às vezes que por ser mulher e ser toda tatuada eu tenho que demonstrar logo de cara que sou competente ou inteligente para quebrar a desconfiança das pessoas no trabalho", reflete.
Ainda assim, vê com animação o aumento de mulheres tatuadas no seu ramo de trabalho. "Tenho notado que tem crescido essa ala tatuada no meio jurídico", comemora. Mesmo sem sofrer preconceito, algumas situações curiosas marcam a carreira da advogada. "Quando eu trabalhei em Brasília, no Ministério de Desenvolvimento Social, sempre que fazíamos reunião uma senhora, militar reformada já, não tirava os olhos de mim. Ela não falava nada, mas não conseguia desviar o olhar", conta aos risos.
Nas ruas a mesma reação é quase inevitável. De acordo com Maíra, muita gente olha e pergunta sobre as tatuagens. "O que eu mais ouço é: 'quero fazer uma'. Mas não vejo ninguém me julgando. Acho que os olhares são mais de curiosidade", comenta.
Já a tatuadora Aimê Lima, de 21 anos, não tem a mesma sorte de Maíra. Segundo ela, algumas pessoas chegam a fazer comentários maldosos por causa das suas tatuagens. "Depende bastante do lugar em que estou, mas sempre escuto comentários tanto positivos quanto negativos. Infelizmente ultimamente tem sido mais maldosos."
Com 54 tatuagens em todo o corpo, Aimê conta que o que mais impressiona as pessoas são os desenhos do rosto. "Depois que eu fiz no rosto percebi que as tatuagens chocam mesmo. Mesmo quem já é tatuado fica um pouco chocado". Por outro lado, as tatuagens já ajudaram bastante Aimê, que se diz um pouco tímida. "Já fiz muitas amizades por causa das tatuagens. Tenho um pouco de dificuldade de me comunicar, de dar o primeiro passo e essa é uma forma de quebrar isso, de me aproximar das pessoas", analisa.
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"Sinto, às vezes, que por ser mulher e ser toda tatuada eu tenho que demonstrar logo de cara que sou competente ou inteligente", diz a advogada Maíra Tito, de 34 anos
FOLHA DE LONDRINA
Bruna Quintanilha
Reportagem Local
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