[Fechar]

Últimas notícias

Cabides solidários chegam a Londrina

Ideia importada de Curitiba tem o objetivo de promover a doação de agasalhos de forma direta

Fotos: Gustavo Carneiro
Grupo de voluntários instalou dez cabideiros em pontos de grande circulação
Anderson Sato explica a proposta para Terezinha a Silva: "Pedimos para quem for pegar os agasalhos ter consciência e não retirar mais do que necessita"
Londrina – Na madrugada de ontem, uma das mais frias do ano, um grupo de voluntários instalou dez cabideiros em pontos de grande circulação de Londrina. A ideia, importada de Curitiba, tem o objetivo de promover a doação da forma mais direta possível: a pessoa pendura o agasalho e quem precisa retira. A intenção dos organizadores da ação é que mais pessoas multipliquem estes pontos e que a população colabore com doações.

O grupo de voluntários, formado por cerca de 40 pessoas, entre empresários, estudantes e autônomos, atua há dois anos em Londrina com trabalhos sociais. Um dos ativistas, Anderson Satoshi Sato, de 23 anos, abordou as pessoas que passavam curiosas ontem pelo Calçadão do Centro para explicar sobre o projeto. "Pedimos para quem for pegar os agasalhos ter consciência e não retirar mais do que necessita".

A empregada doméstica Terezinha Ramos da Silva, de 30 anos, aprovou a iniciativa. "É uma coisa simples de fazer e que dá resultado. Se as pessoas tiverem a consciência e solidariedade, ninguém mais passa frio", elogiou. Ela contou que pretende trazer uma doação nos próximos dias. "Sempre tem uma peça de roupa esquecida que pode servir pra alguém", completou.

Por ser o local com maior aglomeração de moradores de rua, o miolo central foi privilegiado com quatro pontos: Calçadão, Concha Acústica, Catedral, Terminal Central. Os outros cabideiros foram instalados na Praça do Aeroporto (zona leste), Fórum (zona sul), avenidas Higienópolis e Ayrton Senna (perto do lago), e dois na Rua Pio XII, próximo ao Musamar e na esquina com a Professor João Cândido – área central.

Algumas peças de roupas doadas pelo próprio grupo já foram retiradas. Sato espera que, com a divulgação, a população participe mais. No primeiro dia, muitos não sabiam ao certo do que se tratavam os cabides com a placa com a palavra "frio" em destaque. "Eu rodo bastante a cidade e já vi em uns quatro lugares. O povo ainda está sem informações, mas é uma ideia que tem tudo pra dar certo", comentou o representante comercial Lucas Silveira de Carvalho, 41 anos.

Sato diz que, apesar de não ser uma ideia original, o resultado é muito recompensador. "Temos muito orgulho de ter trazido isso pra Londrina. É o tipo de ação que tem que ser multiplicado mesmo. Um cabideiro é muito simples de ser feito", incentiva.

O grupo não pretende parar com a solidariedade após o inverno. Eles já pensam em alguma estratégia parecida para o Dia das Crianças. "Estamos definindo ainda como será executada, mas queremos fazer uma ação criativa que sempre rende mais resultados", planeja.
Celso Felizardo
Reportagem Local-folha de londrina
UA-102978914-2