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Inadimplência cresce 4,39% em junho no País

Segundo SPC Brasil, aumento do índice é consequência da atividade econômica mais fraca

Curitiba - A taxa de inadimplência apresentou crescimento de 4,39% em junho no País na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados foram divulgados ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em conjunto com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Em junho de 2013, o índice tinha mostrado crescimento de 3,78%.

A economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti, disse que o aumento da inadimplência é consequência da atividade econômica mais fraca, dos juros altos que encarecem os financiamentos, da inflação elevada e da geração do emprego que começa a dar sinais de esgotamento.

O economista e professor da UTFPR e da Universidade Estácio, Daniel Poit, considerou alto o índice de inadimplência de junho. "A inadimplência significa menor liquidez na economia", destacou. Para ele, a queda na renda, o aumento do endividamento, dos juros e da inflação tem contribuído para elevar a inadimplência.

Em junho na comparação com maio, o número de consumidores com parcelamento em atraso recuou 4,95%. Marcela disse que a queda verificada em junho em relação a maio pode ser pontual e não deve se repetir ao longo dos meses seguintes. Para ela, o resultado de junho parece mais uma acomodação do que diminuição da inadimplência. "Não há nada que indique que isso vai reverter", afirmou.

Ela considerou o resultado de 4,39% de inadimplência em junho alto e lembrou que a quantidade de dívidas em atraso no banco de dados do SPC Brasil teve aumento de 5% em junho em relação ao mesmo mês de 2013. A variação de junho ficou muito próxima à alta de 5,21% que já havia sido verificada em maio. Este índice vem em um crescente desde março quando tinha apresentado aumento de 3,78%.

Marcela e Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL, explicaram que o número de dívidas ainda não pagas mantém o patamar de crescimento anual por volta de 5%, o que vem ocorrendo desde abril. "A tendência do indicador é de alta, e assim como acontece no indicador de pessoas inadimplentes, este comportamento deve se repetir ao longo dos próximos meses", disse Marcela.

Na opinião de Pellizzaro Junior, ainda que o indicador tenha mostrado uma acomodação, o atual cenário macroeconômico de juros altos e inflação elevada não colabora para reverter a tendência de alta dos próximos meses. Marcela também acredita em aumento da inadimplência no segundo semestre. "Vamos ter agravamento deste quadro por conta da inflação e da diminuição do nível de emprego", prevê Poit.

Para quem está inadimplente, a primeira dica de Marcela é a pessoa ter a exata noção do que está devendo. Depois disso, redirecionar os gastos com supérfluos para o pagamento da dívida. O terceiro passo seria renegociar a dívida com o lojista ou o banco.

Ela recomenda que o inadimplente troque uma dívida com juros mais caros como, por exemplo, cartão de crédito e cheque especial, por uma com juros menores como crédito consignado ou crédito pessoal.




Andréa Bertoldi
Reportagem Local-folha de londrina
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