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Obstáculos ‘aéreos’ para caminhões

Motoristas criticam a altura irregular dos cabos, que aumenta o risco de acidentes

Celso Pacheco
Alexandre Calixto, proprietário de uma transportadora: problema ocorre em várias regiões da cidade
Gina Mardones
Veículo trafegava pela Castelo Branco e quase tombou ao enroscar na fiação
Londrina - Trafegar na área urbana de qualquer cidade de médio ou de grande porte é uma tarefa difícil para quem conduz veículos de grandes dimensões. Além de serem mais difíceis de manobrar, existem obstáculos pelo caminho que impedem um fluxo tranquilo. No último dia 15, um caminhão de uma empresa de Maringá (Noroeste) que trafegava pela Avenida Castelo Branco (zona oeste de Londrina) ficou enroscado na fiação e quase tombou. O motorista, nervoso com o acidente, pediu para não ter o nome divulgado, mas a ocorrência expôs uma situação criticada por vários condutores: a altura irregular dos cabos aéreos.

Carlos Roberto Elias Junior é proprietário de uma empresa de mudanças em Londrina e já registrou três acidentes relacionados a cabos que, segundo ele, estavam abaixo da altura regulamentada - dois deles em Londrina e um no Rio de Janeiro.

"Um dos acidentes aconteceu na Vila Recreio, onde o caminhão passou e arrebentou um dos cabos. O outro aconteceu em uma rua abaixo do Hospital Evangélico. O motorista passou e nem percebeu que tinha arrebentado o fio. Nós só ficamos sabendo que havia acontecido esse incidente depois de sermos acionados judicialmente por um morador", destacou o empresário.

Elias Junior explicou que o motorista não percebeu a colisão porque é comum os caminhões baterem em galhos de árvores involuntariamente, fato que gera ruídos na carroceria e que confunde o motorista. "Um caminhão de 15 toneladas pode arrebentar um cabo desses e nem perceber. A culpa não é nossa. A altura de nossos caminhões está dentro dos padrões exigidos por lei", argumentou.

Segundo a assessoria de comunicação do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran), a resolução 210/2006 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determina que a altura máxima dos veículos deve ser de 4,4 metros.

O proprietário de uma transportadora de veículos, Alexandre Calixto, afirma que os problemas de cabos com altura abaixo da regulamentada são comuns em várias regiões da cidade. Ele relata que já chegou a arrancar um poste padrão da Copel, localizado na Rua Souza Naves. "Nós já registramos mais de dez acidentes por causa dos cabos abaixo da altura regulamentada. Às vezes temos que colocar três pessoas em cima do caminhão para que elas empurrem os fios com pedaços de madeira", relatou. Segundo ele, todos os caminhões da empresa possuem 4,2 metros.

Em alguns casos a culpa do rompimento de cabos é do condutor. "Nós tivemos culpa em um episódio ao entrar com o caminhão em uma garagem. Tivemos de subir sobre a calçada, mas a altura não era suficiente e o cabo rompeu. Foi um erro de cálculo", admitiu, destacando que os veículos possuem 4 metros de altura, mas ao subir na calçada o baú enroscou na fiação.
Vítor Ogawa
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA



Operadoras compartilham postes da rede de energia

Londrina - Os cabos aéreos de empresas de telecomunicações e de operadoras de TV por assinatura compartilham os postes da rede de distribuição de energia elétrica. Aqueles que ficam na parte superior são os condutores de energia elétrica e sua distância até o solo varia conforme a tensão nominal. Se ela for menor ou igual a 600 volts, a altura mínima deve ser de 5,5 metros. Se ela for entre 600 volts e 15 mil volts, deve ser de 6 metros. Se ela for entre 15 mil e 35 mil, a altura mínima também é de 6 metros, conforme determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Segundo o gerente da Divisão de Projetos e Obras da Copel de Londrina, Marcos Basseto, não há um levantamento do número de colisões de veículos contra os cabos aéreos, porque a maioria deles envolve os materiais de operadoras de serviços de telefonia ou de TV por assinatura. "Os cabos dessas operadoras ficam em uma faixa entre 4,7 metros a 5,7 metros de distância do solo."

Ele salientou que todo projeto de instalação de cabos deve ser aprovado e vistoriado pela Copel. Porém, uma uma vez instalados, fica difícil de saber se houve afrouxamento dos cabos. "A manutenção dos cabos das operadoras não é monitorada pela Copel, mas caso haja alguma denúncia de moradores e a Copel constatar a irregularidade, notifica a operadora para fazer o ajuste", explicou. (V.O.)
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