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Brasil patina no ranking dos gastos com educação


Consequência do baixo investimento é a queda na avaliação do ensino médio na maioria dos Estados

Londrina - O Brasil aumentou o total de verbas destinadas à educação nos últimos anos, mas o gasto por aluno no País é um terço do investimento feito pelas nações desenvolvidas. Isso é o que aponta um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado ontem.

A consequência deste baixo investimento é a mais recente divulgação do Índice Nacional de Educação Básica (Ideb), que apontou uma queda na avaliação do ensino médio em 16 Estados brasileiros. A média nacional ficou estagnada, de 2011 para 2013, em 3,7, abaixo da meta estipulada pelo governo federal, de 3,9. Nos anos finais do ensino médio, a evolução foi mínima, saltando de 4,1 para 4,2, mas fica abaixo da meta, de 4,4. A maior evolução foi nas séries iniciais, com o índice subindo de 5 para 5,2, acima da estipulado, que era de 4,9.

De acordo com o levantamento da OCDE, o gasto público com cada estudante brasileiro em 2011 foi de US$ 2.985, o que corresponde a R$ 6.789. Já nos países desenvolvidos, o total de verbas por aluno foi quase três vezes maior no mesmo ano: US$ 8.952, o que corresponde a R$ 20.360.

A OCDE calculou os investimentos públicos de 34 países que formam a entidade, além de dez parceiros, entre eles o Brasil. Da lista, somente a Indonésia gasta menos do que o governo brasileiro por estudante. Entre as nações com maior investimento per capita estão os Estados Unidos, Áustria, Holanda e Bélgica, com despesas na área superiores a U$ 10 mil.

Por outro lado, o documento, chamado "Um olhar sobre a educação", aponta que o Brasil emprega mais recursos do que os outros países na área. Enquanto a média da ODCE foi de 13% de todo o gasto público, o governo brasileiro investiu 19% no setor.

PARANÁ
O cenário observado no Paraná não é muito diferente. A média das escolas estaduais nos últimos anos do ensino fundamental foi 4,1, um "crescimento" de apenas 0,1 em relação à última avaliação, realizada em 2011. Das 63 escolas estaduais localizadas em Londrina e avaliadas pelo Ideb, somente oito aumentaram o índice com relação a 2011. As demais desceram várias casas, algumas chegando a um nível inferior ou muito próximo da primeira avaliação, em 2007. No universo de todas as escolas dos 8º e 9º anos, a cidade de Cascavel registrou média de 4,3; seguida por Curitiba, com 4,1; Maringá, com 4; Ponta Grossa com 3,9; e Londrina com 3,8.

Em relação aos números divulgados ontem, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) respondeu em nota que "a mudança curricular ocorrida nessa modalidade de ensino talvez tenha sido um dos fatores a influenciar essa melhoria", fazendo referência à mudança de 4 para 4,1 na nota do ensino fundamental e que estaria portanto, próximo da meta para 2013 estabelecida em 4,2.

Já com relação ao ensino médio, a Seed admite não ter atingido a meta de 2013 - de 3,9; obtendo o índice de 3,4. "A aplicação do Ideb é por amostragem e, no Paraná, participaram 95 escolas, o que representa cerca de 6% das escolas estaduais que ofertam ensino médio. Os desafios apontados por essa modalidade de ensino levaram à adesão ao programa Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio para buscar entendimento e soluções para essa fase do ensino."

A nota diz ainda que a "Seed considera o Ideb importante e complementar para a definição das políticas públicas educacionais do Estado". "No entanto, contamos ainda com o Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná (Saep), que fornece um diagnóstico mais preciso das condições de ensino das escolas estaduais uma vez que conta com a participação de todos os estudantes das séries indicadas, além de uma análise de dados das instituições de ensino."(Com Agência Estado)


Lucio Flávio Cruz e
Marian Trigueiros-FOLHA DE LONDRINA
UA-102978914-2