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PR registra 4ª rebelião em menos de um mês

Pelo menos dois agentes foram feitos reféns na Penitenciária Estadual de Piraquara

Curitiba - No mesmo dia em que a Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) se reuniu com representantes do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) para discutir reivindicações da categoria, entre elas o problema de falta de segurança dentro das unidades prisionais do Estado, uma nova rebelião mobilizou o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM) e o Departamento de Execução Penal (Depen).

Depois das ocorrências na Penitenciária Estadual de Cascavel, na Cadeia Pública de Guarapuava, e na Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste, um novo motim foi registrado ontem, na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP) 2, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

A rebelião teve início por volta das 15h30 na nona galeria do terceiro bloco da unidade, e inicialmente dois agentes foram feitos reféns pelos presos. Entretanto, conforme as horas foram passando, o número de detentos rebelados cresceu e eles tomaram conta de outras galerias, sendo que alguns conseguiram se posicionar em parte dos telhados da penitenciária. Conforme informações da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que acompanhou a ocorrência, por volta das 18 horas, eles invadiram uma ala especial da PEP 2, onde estavam detidos aos menos 12 policiais que cumprem pena na unidade. Estes apenados, segundo a advogada Isabel Mendes, que faz parte da comissão da OAB, também foram feitos reféns.

Ela ainda ressaltou que parte dos presos rebelados são oriundos de unidades de Foz do Iguaçu e de Cascavel, que registraram rebeliões recentemente. A PEP 2 tem 1.108 vagas e até ontem estava com 1.110 presos, conforme informação da Seju. "A situação é extremamente delicada porque eles invadiram a ala especial, onde tem policiais que estão cumprindo pena. Pelas primeiras informações eles também fizeram estes policiais de reféns", contou. Com a gravidade da situação, os secretários de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes; e o de Segurança Pública, Leon Grupenmacher, se dirigiram até o local para acompanhar o andamento das negociações.

Além da rebelião em Piraquara, o presidente do Sindarspen, Antony Johnson, informou ontem à noite que o Batalhão de Choque da PM também foi acionado em Foz do Iguaçu, para conter um início de tumulto na Penitenciária Estadual de Foz (PEF). Ele também afirmou que estaria marcada uma revista geral na Penitenciária Estadual de Londrina 2 (PEL 2), que precisaria ser confirmada. "Vínhamos avisando o governo há bastante tempo que a situação está caótica e nenhuma medida efetiva foi tomada. As rebeliões ocorreram porque o problema existe e é algo grave. Até quando teremos que esperar?", ressaltou.

O sindicato da categoria alerta que unidades como a PEL 2, a Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu (PEF) 2 e a Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão (PEFB) estão em situação de risco, e que pode acontecer situações de crise, como as que ocorreram em Cascavel e em Cruzeiro do Oeste.

REUNIÃO
Com a rebelião, o encontro realizado na Seju ficou em segundo plano e foi marcada uma nova reunião para a próxima semana, com data a confirmar. Segundo o sindicato, está confirmada a realização de uma Assembleia Geral da categoria na próxima quarta-feira, em frente ao Palácio do Governo, em Curitiba, para cobrar mais investimentos no sistema penitenciário e melhorias das condições de trabalho. Na ocasião também deve ser votado o indicativo de greve.

Contando com a ocorrência de ontem, conforme o Sindarspen, desde o final do ano passado ocorreram 19 rebeliões em unidades do Estado, com 29 agentes penitenciários feitos reféns e cinco mortes de presos (todas em Cascavel), além dos prejuízos registrados.

fonte - folha de londrina
Rubens Chueire Jr.
Reportagem Local
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