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'Homem-mala' de Youssef se apresenta à PF

Adarico Negromonte Filho é apontado como um responsáveis por levar dinheiro do doleiro londrinense para agentes públicos

Theo Marques
Conhecido como "Maringá", Adarico Negromonte Filho está disposto a colaborar com as investigações, segundo sua advogada
Curitiba - O irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA) e último foragido da sétima fase da operação Lava Jato, Adarico Negromonte Filho se entregou ontem pela manhã na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Ele chegou de táxi à Superintendência da PF por volta das 11h15 acompanhado de sua advogada, e não falou com a imprensa. Na parte da tarde, ele foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito, e depois retornou à carceragem.

Nas investigações, o Ministério Público Federal (MPF) aponta Adarico como um dos responsáveis por transportar valores em espécie para Alberto Youssef, "com a finalidade de entregar a agentes públicos". Ele teve a prisão temporária no último dia 14, mas não tinha sido encontrado pelos policiais. Na semana passada, sua defesa informou a Justiça Federal e à PF de que Adarico iria se apresentar espontaneamente.

O nome de Adarico, também conhecido como "Maringá", está registrado em um dos 32 telefones celulares que foram apreendidos com o doleiro, em março deste ano, quando a Lava Jato foi deflagrada. Negromonte já foi ouvido por delegados da PF ainda pela manhã e, segundo sua advogada Joyce Roysen, não ficou em silêncio e prestou todos os esclarecimentos.

A advogada acredita que a prisão temporária de seu cliente possa ser revogada pela Justiça. "Ele tem a saúde debilitada, está com idade avançada (68 anos) e vai colaborar com as investigações. Já protocolamos este pedido na semana passada e agora aguardamos a decisão do juiz", ressaltou. Sobre as acusações contra seu cliente, Joyce apenas disse que ele "já prestou esclarecimentos à Justiça", mas não detalhou o que foi dito. A advogada ainda afirmou que Adarico é aposentado, mas não informou em qual área ou atividade ele atuava.

Além de Adarico, outras 24 pessoas foram presas durante a sétima fase da Lava Jato, entre elas executivos de grandes empreiteiras, além do ex-diretor da área de Serviços da Petrobras Renato Duque; e o lobista Fernando Soares, o "Baiano". Deste total, 11 prestaram depoimentos e já foram soltos na semana passada.

Outros seguem detidos pois tiveram suas prisões temporárias convertidas em preventivas, entre eles Duque, "Baiano" e executivos de empreiteiras, como Ricardo Ribeiro Pessoa (presidente da UTC); José Aldemário Pinheiro Filho (presidente da OAS); Dalton dos Santos Avancini (presidente da Camargo Correa); Eduardo Hermelindo Leite (vice-presidente da Camargo Correa); Gerson de Mello Almada (vice-presidente da Engevix); Erton Medeiros Fonseca (Galvão Engenharia); Sérgio Cunha Mendes (vice-presidente da Mendes Junior); José Ricardo Nogueira (funcionário da OAS); Agenor Franklin Magalhães Medeiros (diretor da OAS); José Ricardo Auler (presidente do Conselho de Administração da Camargo Correa); Mateus Coutinho de Sá Oliveira (funcionário da OAS).
Rubens Chueire Jr.
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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