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Investigados têm R$ 108 mi bloqueados

Valores de suposta propina na Petrobras serão depositados em contas judiciais e poderão ser devolvidos aos cofres públicos

Theo Marques/20-05-2014
Ao menos 11 dos 13 detidos na Lava Jato receberam visitas de familiares ontem na sede da Polícia Federal, em Curitiba
Curitiba – Até a tarde de ontem o montante bloqueado em contas correntes, contas poupanças, previdência privada, aplicações e fundos de investimento dos investigados e de pelo menos três empresas ligadas a eles, na sétima fase da Operação Lava Jato, que apura um megaesquema de lavagem de dinheiro e desvios de recursos públicos para pagamento de propina a agentes públicos e políticos, ultrapassou os R$ 100 milhões. Ao todo, os documentos que as instituições financeiras entregaram à Justiça Federal do Paraná indicam que estes recursos já somam R$ 108,2 milhões.

Os valores devem ser depositados em contas judiciais e poderão ser devolvidos aos cofres públicos, se o desvio de dinheiro da Petrobras ficar comprovado. Os últimos valores informados à Justiça foram encaminhados ontem pelos bancos Itaú e Tokyo Mitsubishi. Segundo as instituições financeiras, foram verificados valores de R$ 12,5 milhões em contas dos dois bancos. A maior quantia, R$ 10,2 milhões são referentes a bloqueios efetuados pelo Itaú e outros R$ 2,3 milhões pelo banco Tokyo Mitsubishi.

O valor mais alto bloqueado pertence a Erton Medeiros Fonseca, diretor da Galvão Engenharia. Suas contas e investimentos no Itaú totalizaram R$ 7,7 milhões. Os R$ 2,5 milhões restantes na instituição financeira foram bloqueados das contas de Sérgio Cunha Mendes, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Gerson de Mello Almada, Ildefonso Colares Filho e Renato de Souza Duque, o ex-diretor da área de Serviços da Petrobras. Os R$ 2,3 milhões bloqueados no banco Tokyo Mitsubishi pertencem a Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia.

Do total do montante já bloqueado, cerca de R$ 32,4 milhões já haviam sido depositados em uma conta da Justiça Federal até a última segunda-feira. As guias de depósitos judiciais foram anexadas ao processo na terça-feira.

VISITAS
O dia de ontem foi tranquilo na sede da Polícia Federal, em Curitiba, e ao menos 11 dos 13 detidos na Lava Jato receberam visitas de familiares. Conforme a PF,o único contato que os parentes têm com os presos é visual, e eles se comunicam por meio de um parlatório (espaço dividido por um painel de vidro onde os detentos podem falar com suas visitas utilizando telefones).

Pela manhã, o advogado Celso Villardi, que defende os executivos Dalton Avancini e João Ricardo Auler, da Camargo Côrrea, informou que vai solicitar à PF que seus clientes sejam ouvidos novamente porque nos primeiros depoimentos eles se mantiveram em silêncio.

No final da tarde, apenas um incidente. A esposa de um dos funcionários da OAS, José Ricardo Nogueira Breghirolli, ao sair da visita, se irritou com jornalistas e disparou uma série de ofensas além de fazer gestos obscenos para os cinegrafistas. Ela chamou os profissionais de "urubus" e avisou: "Se estudassem, não eram jornalistas, seus fracassados".
Rubens Chueire Jr.
Reportagem Local-folha de londrina
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